Um verão dedicado à investigação em oncologia pediátrica

Dois alunos da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, tiveram a oportunidade de estudar mais aprofundadamente vários tópicos relacionados com a área da oncologia pediátrica graças a duas bolsas de investigação financiadas pela Alex’s Lemonade Stand Foundation.

Andrew Asamoah e Cristle Ike receberam um financiamento da fundação para realizar investigações acompanhados por um mentor especializado; estes dois alunos universitários estão entre as 28 pessoas que receberam a bolsa em 2021.

A Alex’s Lemonade Stand Foundation é uma organização de solidariedade dedicada a aumentar a sensibilização para o cancro infantil, através do financiamento à investigação e do apoio a famílias afetadas pela doença.

Recentemente, a organização criou o Programa de Formação de Alunos em Oncologia Pediátrica onde, todos os anos, alguns alunos (maioritariamente) da área da medicina recebem uma bola de investigação no valor de 5 mil dólares (cerca de 4 300 euros) – esta bolsa serve para abrir a possibilidade destes alunos participarem num projeto de investigação em andamento, acompanhados por um mentor, ou para iniciarem uma nova investigação.

No caso de Andrew e de Cristle, estes optaram por se juntar a projetos já em andamento na Universidade Estadual da Pensilvânia.

Cristle, aluna de Medicina, teve a oportunidade de trabalhar com a psicóloga Lisa Schwartz num projeto que tenta compreender melhor os efeitos psicológicos dos testes de predisposição ao cancro nos pacientes e nas suas famílias.

A equipa de investigação conduziu entrevistas com cuidadores de crianças testadas para predisposição ao cancro e registou dados psicológicos ao longo do tempo.

“O objetivo final deste projeto é conseguir aprimorar as informações disponíveis, dando-as aos médicos para que eles possam oferecer um melhor apoio às famílias que estão a passar por esta situação delicada”, explicou Cristle.

“Queremos fornecer uma base de evidências para as necessidades dessas famílias. Queremos recolher o máximo de dados possível e usar esses dados para ajudar estas famílias e estes médicos que, muitas vezes, também não sabem como lidar com a aflição dos familiares das crianças”, disse Lisa Schwartz, que fez questão de enaltecer “as incríveis contribuições da Alex Lemonade Stand Foundation”.

“Esta organização é maravilhosa porque, ao mesmo tempo que está a ajudar-nos a levar a cabo investigações direcionadas para o cancro infantil, também está a promover a próxima geração de cientistas na área da oncologia pediátrica”.

Por sua vez, Andrew trabalhou num projeto orientado pelo médico Kelly Getz, que está a analisar um dos tipos mais comummente diagnosticados de cancro infantil: a leucemia.

A equipa de Kelly está a tentar compreender melhor e rastrear os danos cardíacos, um dos efeitos secundários mais comuns dos tratamentos da leucemia – através da análise de ecocardiogramas, os cientistas estão a monitorizar a saúde cardiovascular dos pacientes durante o tratamento.

A longo prazo, a equipa espera que o seu trabalho contribua para minimizar estes efeitos prejudiciais e para melhorar os resultados dos pacientes com o objetivo final de minimizar a mortalidade infantil por leucemia.

Ambos dos alunos que receberam esta bolsa disseram ter ganhado uma experiência valiosa ao trabalhar em todos estes projetos de investigação.

Para Cristle, esta bolsa “foi particularmente importante, porque permitiu-me estar, pela primeira vez, dentro de uma investigação. Adorei. Durante todo este verão pude acompanhar os coordenadores, conhecer os pacientes. Foi muito útil poder observar as habilidades interpessoais usadas em casos destes, a maneira como os cientistas trabalhavam com esta população tao vulnerável.”.

Andrew também sentiu que a sua participação o ajudou a desenvolver importantes habilidades de pesquisa e a sua experiência reforçou as suas aspirações de carreira na área médica.

“A oncologia pediátrica é um espaço único, no sentido em que estas pessoas trabalham aqui de corpo e alma. É impossível alguém ver estas crianças e não sentir a necessidade de as ajudar”, disse.

“Quando salvamos uma criança com cancro, estamos a salvar uma vida inteira, estamos a garantir que aquela criança vai usufruir de tudo aquilo a que tem direito, que vai poder ter todas as experiências que era suposto ter. E não há preço algum que pague isso e que pague o quão especial essa sensação é”.

Fonte: The Daily Pennsylvanian

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