Novas orientações clínicas que permitem uma melhor compreensão do cancro ósseo infantil vão revolucionar o tratamento destes doentes em toda a Europa, de acordo com um relevante investigador da Universidade de East Anglia (Reino Unido).
As novas orientações, que serão implementadas em todos os hospitais e institutos de investigação da Europa que trabalham com doentes com cancro ósseo, vão no sentido de optar menos pela quimioterapia não dirigida e aproveitar as vantagens da medicina de precisão.
A ideia é poder utilizar amostras biológicas e utilizá-las em testes adicionais que ajudem a entender melhor o cancro de cada criança e levar à personalização de tratamentos eficazes com efeitos colaterais reduzidos.
A recolha de amostras de alta qualidade por toda a Europa, juntamente com a informação médica do doente, vai ajudar os investigadores e os médicos a identificar os diferentes subtipos da doença e a compreender os fatores genéticos, biológicos e outros envolvidos. Isto pode vir a orientar o desenvolvimento de tratamentos adaptados ao tipo de cancro de cada doente.
Darrell Green, da Norwich Medical School da UEA, foi um dos três investigadores principais do projeto, que reuniu mais de 60 universidades, hospitais e instituições de investigação.
Tratamentos “terrivelmente desatualizados”
“O tratamento do cancro ósseo envolve uma combinação de quimioterapia não direcionada e cirurgia, que às vezes implica amputação de membros. Já salvou muitas vidas, mas agora está terrivelmente desatualizada em relação às expectativas atuais, extremamente tóxica e com uma taxa de sobrevivência a longo prazo baixa, de 40-50%”, explica Darrell Green, da Norwich Medical School, um dos principais investigadores do projeto
As novas diretrizes
Lideradas conjuntamente por investigadores da Universidade de East Anglia, do Princess Máxima Center for Pediatric Oncology e do Ospedale Infantile Regina Margherita, as novas diretrizes clínicas incluem procedimentos e protocolos passo a passo para recolha de amostras biológicas.
Zoe Davison, chefe de investigação, informação e suporte do Bone Cancer Research Trust, diz que “os pacientes expressaram amplamente o seu apoio à doação de amostras, e é por isso que estamos comprometidos a melhorar esse processo e apoiar o uso de amostras de pacientes em pesquisas. A nova estrutura europeia tem como objetivo sustentar a pesquisa translacional com a esperança de identificar tratamentos mais eficazes e gentis.”
Fonte: Universidade de East Anglia e News Medical & Life Sciences.