Novas pesquisas sobre tumores cerebrais podem melhorar o diagnóstico do paciente e as opções de tratamento como parte de uma abordagem da chamada medicina de precisão.
Os tumores cerebrais são a principal causa de morte por cancro em crianças e adultos com menos de 40 anos, com cerca de 16 mil pessoas a serem diagnosticadas, todos os anos, no Reino Unido.
O estudo, liderado pelo Universidade de Bristol, em Inglaterra, em colaboração com a Universidade de Queen’s Belfast, na Irlanda do Norte, investigou a genética dos tumores cerebrais.
O ADN foi extraído dos tumores cerebrais de 41 pacientes e a presença de alterações ou mutações no DNA foram caraterizadas. Os resultados, publicados no Journal of Oncology, foram descritos para diferentes tipos de tumores antes e após o tratamento.
A pesquisa descreve as mutações específicas de diferentes tipos de tumores. Essas informações são importantes para permitir a utilização da medicina de precisão, na qual um paciente receberia terapias adaptadas às mutações específicas do ADN dos seus tumores.
Um dos desafios do cancro cerebral é levar medicamentos ao tumor para além da barreira hematoencefálica.
O novo estudo também lista medicamentos licenciados que já estão disponíveis e que podem ser usados como terapias combinadas para, no futuro, atingir mutações específicas; esses medicamentos podem ser tomados por via oral e devem ser melhor tolerados com menos efeitos secundários.
Para garantir a segurança do paciente, qualquer nova terapia combinada precisaria primeiro de ser testada em ensaios clínicos antes de se tornar disponível para os pacientes.
Estas descobertas podem abrir caminho ao desenvolvimento de novos tratamentos direcionados que sejam mais eficazes. A pesquisa também seguiu as mutações que se desenvolveram durante progressão da doença, que podem identificar novas opções de terapia e ajudar a prolongar a sobrevida do paciente.
“A necessidade de novos tratamentos é urgentemente necessária para esta doença incurável e devastadora. Esta abordagem deve melhorar os resultados dos pacientes e economizar a prescrição de medicamentos para pacientes que não beneficiará com eles, reduzindo assim a exposição do paciente a produtos químicos tóxicos da quimioterapia”.
Apesar do tratamento tradicional com quimioterapia e radioterapia, a taxa de sobrevida a 5 anos para pacientes com cancro no cérebro é de cerca de 20%.
Alguns pacientes que recebem quimioterapia, e que estão sujeitos a efeitos secundários graves, não respondem ao tratamento; outros têm uma boa resposta inicial, mas, infelizmente, na maioria dos casos o cancro volta a crescer.
Fonte: Eurekalert