Tumor de Wilms: cientistas descobrem novas pistas sobre origem deste tipo de cancro

Embora o tumor de Wilms – também designado de nefroblastoma – seja considerado raro, a verdade é que este é o tipo de cancro renal mais comummente diagnosticado em crianças.

Investigadores do Hospital Infantil de Los Angeles, nos Estados Unidos, identificaram uma interrupção no desenvolvimento inicial das células progenitoras renais que pode estar ligada à formação do tumor de Wilms.

Publicado na revista Advanced Science, o estudo comparou células progenitoras renais de um tumor com células precursoras de um rim saudável. Normalmente, essas células precursoras amadurecem em células renais, mas quando o seu desenvolvimento inicial é desregulado, elas comportam-se como células estaminais cancerígenas.

Embora a maioria das crianças com tumor de Wilms seja tratada com sucesso, as terapias atuais são agressivas. Uma minoria desses pacientes tem prognósticos desfavoráveis ou sofrem recidivas; infelizmente, para essas crianças, não existe terapia.

“Ao alcançar uma compreensão mais precisa de como os tumores de Wilms se desenvolvem, acreditamos ser capazes de encontrar novos tratamentos para todos os tipos de tumor de Wilms”, explicou Laura Perin, uma das investigadoras envolvidas no estudo.

“O tumor de Wilms pode ser considerado um cancro de desenvolvimento. O rim adulto normal carece de células precursoras renais, pois elas estão ‘esgotadas’ antes do nascimento. Mas nos tumores de Wilms, em vez de dar origem a um rim funcional, essas células precursoras persistem e formam uma massa tumoral.”

Os cientistas caracterizaram essas células precursoras do tumor de Wilms, descobrindo que essas células podem reproduzir o tumor original.

“Elas são agressivas, resistentes a medicamentos, metastatizam como células cancerígenas e são capazes de criar o tumor completo que vemos nos pacientes”.

As células precursoras do rim que geram os tumores de Wilms também expressam ITGβ1 e ITGβ4 de forma anormal, proteínas que ajudam as células a comunicarem com o seu microambiente.

“Esta ligação anormal ao seu microambiente favorece a replicação descontrolada dessas células e orienta a formação da massa tumoral”.

Para os investigadores, as descobertas “fornecem uma compreensão mais precisa dos diferentes estágios do desenvolvimento renal normal e anormal. Essa compreensão pode ajudar no diagnóstico do tumor de Wilms, levando a tratamentos mais eficazes para esses pacientes.”

Fonte: Medical Xpress

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