Uma mãe que foi informada de que o seu bebé estava “apenas” constipado, ficou devastada quando, mais tarde, a criança foi diagnosticada com uma forma rara de cancro.
Rhiannon Cross estava a passar com a sua família na Cornualha, no Reino Unido, quando notou um nó no estômago de Iwan, um bebé com 8 meses de idade.
“Tínhamos tido um dia muito divertido, o Iwan tinha adorado. Já de noite, quando lhe estava a trocar a fralda, senti um nó na barriga dele. O estomago estava muito inchado. Fiquei logo apreensiva”, conta a mãe.
Depois de uma noite mal passada, a família interrompeu as suas férias e voltou para casa, levando de imediato Iwan ao hospital. Os médicos informaram a mãe de que Iwan estava apenas constipado, mas Rhiannon discordou.
“Eu achei toda aquela explicação estranha. Mas eles é que eram os médicos e por mais que eu dissesse que achava que não era ‘apenas uma constipação’, eles não me levavam a sério. Disseram-me para voltar, caso os sintomas piorassem”.
No dia seguinte, Rhiannon voltou ao hospital, uma vez que Iwan tinha parado de urinar e estava letárgico.
“Comecei a reparar no ar apreensivo dos médicos. Depois de uma série de exames, vieram falar comigo e disseram-me que o Iwan tinha cancro. Um tumor de Wilms. Eu não sou de chorar, mas naquele momento, as lágrimas escorriam-me pela cara”.
“Queria desaparecer, morrer, evaporar-me. Estava chocada. Senti que que a minha vida tinha terminado naquele momento”.
Na manhã seguinte, o bebé foi transferido para o Hospital de Liverpool.
“Quando cheguei ao hospital, percebi o quão grave aquilo era. Os médicos refizeram os exames e confirmaram o diagnóstico”.
“Os primeiros 5 dias naquele hospital foram passados a chorar”.
Durante 5 semanas, Iwan foi sujeito a quimioterapia intensiva; a seguir, o bebé fez uma cirurgia para remover o rim esquerdo, os linfonodos e a glândula adrenal. Seguiram-se mais 4 semanas de quimioterapia.
“O dia em que o cabelo dele começou a cair foi um dia muito difícil. É estranho dizer isto sobre o cabelo e não sobre os tratamentos, mas foi ali que me caiu a ficha, foi ali que percebi que o meu filho tinha cancro”.
Para além de Iwan, Rhiannon é também mãe de Owain, que durante o período em que Iwan esteve internado, também adoeceu.
“Tivemos muita sorte, tanto por termos uma família maravilhosa, como por termos empregadores que nos apoiaram em tudo. Disseram para não nos preocuparmos, para cuidarmos da nossa família”.
“O Owain sofreu muito com a doença do irmão. Ele sentia-se sozinho, eu e o irmão não podíamos estar com ele. Isso afetou-o muito.”
Sempre que Iwan tinha de ser sujeito a tratamentos, a família era obrigada a deslocar-se durante 3 horas, para percorrer mais de 160 quilómetros até ao hospital. Os fastos começaram a aumentar de uma forma avassaladora.
“A sorte foi termos conhecido uma enfermeira, que nos apresentou a uma organização de apoio a famílias afetadas pelo cancro infantil. Para além disso, quando eram precisas amostras de sangue, a Elen ia a nossa casa tirar sangue ao Iwan, para que não nos tivéssemos que deslocar até ao hospital”.
“Com isto conseguimos ficar mais tempo em casa, todos juntos. Isso deu-nos um certo senso de normalidade familiar. Serei eternamente grata por toda aquela ajuda”.
Agora, com 19 meses de idade, Iwan está livre de cancro.
Ainda assim, o menino terá de ser monitorizado durante os próximos anos.
“O meu filho está ótimo. Já aprendeu a gatinhar e começa agora a dar os primeiros passos. É tão bonito ver a evolução dele”.
Fonte: Liverpool Echo