Tratar células-tronco como alvo terapêutico pode impedir recidiva da leucemia

Cientistas do King's College de Londres, no Reino Unido, identificaram uma forma de eliminar as células-tronco da leucemia, o que poderá antever novos tratamentos que permitam a remissão completa de pacientes com leucemia. 
Um primeiro estudo em ratos mostrou que as células-tronco de leucemia podem ser eliminadas, suprimindo duas proteínas encontradas no corpo. Estas células-tronco sustentam a doença e são responsáveis pela recidiva da leucemia, pelo que a sua eliminação pode ser a chave para atingir a remissão completa. 
Os resultados do estudo, financiado pelo Cancer Research UK e Linfoma Leucemia Research, destacam as duas proteínas como potenciais alvos terapêuticos para prevenir a recidiva das formas mais agressivas de leucemia. 
A pesquisa publicada na revista Cell Stem Cell explica que foram avaliadas as células-tronco encontradas num tipo de leucemia que se forma a partir de mutações do gene MLL, o que representa cerca de 70% das leucemias infantis. 
A proteína Bmi1 já era conhecida por desempenhar um papel fundamental na sobrevivência e proliferação das células-tronco de diferentes tipos de cancro, mas o estudo mostra, pela primeira vez, que embora esta seja fundamental para a sobrevivência das células de Leucemia Mielóide Aguda (LMA), as células-tronco de MLL podem sobreviver independentemente da proteína Bmi1. 
As conclusões sugerem, por isso, que em pacientes que tenham o gene MLL, atacar a proteína Bmi1 de forma isolada não terá impacto na erradicação de células estaminais da leucemia, como se pensava anteriormente.
A equipa encontrou também níveis elevados de uma outra proteína, designada por Hoxa9, em ratos e doentes humanos. Tal como a Bmi1, a proteína garante a normal reprodução e proliferação das células de leucemia. Nos ratos com células-tronco de leucemia, a supressão das duas proteínas, Bmi1 e Hoxa9, eliminava a capacidade de mutação do gene MLL para induzir a leucemia.
Os resultados destacam assim a importância de ter como alvo terapêutico a combinação das duas proteínas no combate à doença.
Os cientistas sublinham que estes dados fornecem informação vital que permitirá uma perspectiva mais ampla de alternativas para combater as diferentes formas da doença, possibilitando, no futuro, a remissão completa da doença, motivo pelo qual se torna agora fundamental identificar exactamente de que modo as proteínas Bmi1 e Hoxa9 sustentam o crescimento das células tumorais, a fim de desenvolver um tratamento eficaz para evitar a recidiva da leucemia.
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