Um estudo preliminar do Instituto de Ciência do Cancro de Manchester, no Reino Unido, confirma as evidências de que os tratamentos de quimioterapia durante a infância podem gerar efeitos secundários cognitivos nas crianças que conseguem superar a doença.
Fadiga mental extrema após o fim dos tratamentos é uma das condições mais relatadas nestes casos e os cientistas descobriram agora que, além das evidências, é possível medir os seus efeitos.
John Radford, professor de Oncologia Médica no instituto, defende que numa altura em que a taxa de sobrevivência de crianças com cancro tem aumentado significativamente, torna-se necessário avançar com novas pesquisas “para descobrir mais sintomas e identificar as vias neurológicas afetadas”, a fim de poder contribuir para uma melhor qualidade de vida destes pacientes.
Uma maior propensão entre os sobreviventes de cancro para problemas de ansiedade e depressão foi outra das conclusões deste estudo que sugere, através de técnicas de imagem, que na origem deste problema podem estar uma alteração na estrutura do cérebro provocada pela quimioterapia, bem como um aumento das proteínas citocinas no sangue.
Perante os dados apurados, a equipa sublinha a necessidade de um melhor acompanhamento destas crianças ao nível cognitivo, a fim de identificar problemas “de perda de memória e capacidade de concentração”, à semelhança do que já se observa ao nível das avaliações periódicas a que são sujeitas para rastrear efeitos secundários físicos inerentes aos tratamentos oncológicos.
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