Tratamento do cancro infantil pode gerar problemas cardíacos nas crianças sobreviventes

O tratamento do cancro na infância pode resultar em problemas cardíacos entre os sobreviventes, de acordo com as conclusões de uma pesquisa elaborada pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.
O estudo, apresentado nas Sessões Científicas da Associação Americana do Coração em 2013, sugere que “os sobreviventes de cancro infantil enfrentam problemas de coração e outros problemas de saúde décadas após o tratamento”, ressalva o líder do trabalho, Donald Dengel.
As conclusões atuais vão ao encontro de outras evidências já conhecidas de que os tratamentos oncológicos em idade pediátrica tinham consequências a vários níveis para os sobreviventes; no entanto, esta é a primeira pesquisa a analisar os efeitos do tratamento do cancro na infância e na saúde do coração, enquanto os sobreviventes ainda são crianças.
A equipa de pesquisadores mediu a rigidez arterial, espessura e função cardíacas em 319 crianças norte-americanas, com idades entre os 9 e os 18 anos, que tinham sobrevivido a uma leucemia (tipo de tumor que afeta o sangue) ou a outros tipos de cancro, cinco anos ou mais após o diagnóstico inicial. 
Os dados dos participantes foram comparados com os de outras 208 crianças saudáveis, entre as quais irmãos não diagnosticados com este tipo de doença.
Doença cardíaca prematura ou um maior risco de problemas na saúde arterial após o fim dos tratamentos com quimioterapia foram algumas das evidências relativas às crianças sobreviventes.
Os especialistas apontam a necessidade de os médicos que seguem estas crianças estarem atentos aos fatores de risco cardiovasculares e incentivarem os pais a implementar algumas alterações no estilo de vida destes pequenos pacientes, a fim de “reduzir o risco cardiovascular”, sobretudo após o fim dos tratamentos.
As crianças no estudo eram predominantemente caucasianas, motivo pelo qual Donald Dengel sublinha ainda que os resultados podem não se aplicar a crianças de outras etnias.
O especialista alerta para o facto de as diferenças nos protocolos de tratamento de cancro pediátrico surgirem como um entrave, no que se refere às mudanças na estrutura e função vascular de um agente quimioterápico específico.
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