Tratamento de tipo de cancro na infância pode aumentar risco de tumores da mama

Um novo estudo sugere que pacientes que receberam radiação no tórax para o tratamento do tumor de Wilms – uma forma rara de cancro infantil que afeta os rins – apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama no futuro. 
Pesquisas anteriores já tinham identificado uma associação entre sobreviventes de linfoma de Hodgkin e a terapia de radiação no peito e cancro da mama, no entanto, até à data, desconhecia-se um maior risco de cancro da mama em pacientes sobreviventes de tumor de Wilms. 
O tumor de Wilms é uma forma de cancro nos rins que afeta mais comummente as crianças com idades entre os 3 e os 4 anos. A doença é normalmente tratada com cirurgia e quimioterapia, embora, em certos casos, a criança possa necessitar de terapia de radiação no peito, devido à elevada probabilidade de este tipo de cancro se poder espalhar facilmente para os pulmões.
Norman Breslow, da Universidade de Washington e do Centro de Pesquisa do Cancro Fred Hutchinson, nos Estados Unidos, liderou uma equipa que avaliou 2 492 mulheres que receberam tratamento para o tumor de Wilms na infância e que foram seguidas desde os 15 anos de idade. 
Os pesquisadores descobriram que mais de 20 por cento das participantes que receberam a terapia de radiação no peito desenvolveram cancro da mama aos 40 anos, em comparação com apenas 0,3 por cento das sobreviventes que não receberam radiações na zona do peito. No total, três quartos dos casos de cancro da mama apresentavam características invasivas. 
Norman Breslow acredita que as suas descobertas sugerem que o aparente elevado risco de cancro da mama entre os sobreviventes do tumor de Wilms pode justificar a necessidade de realizar um rastreio precoce e mudanças nas atuais orientações. 
O especialista sublinha que “as diretrizes atuais defendem um rastreio precoce de cancro da mama entre os sobreviventes de cancro na infância se tiverem recebido 20 ou mais sessões de terapia de radiação diretamente nos tecidos da mama. Isso excluiria a grande maioria dos pacientes que receberam radiação” numa região mais alargada no peito devido aos tratamentos para o tumor de Wilms. 

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