Tratamento de cancro pediátrico pode afetar saúde sexual dos sobreviventes no futuro

Os tratamentos usados para tratar um cancro na infância podem ter um impacto negativo na saúde sexual dos sobreviventes na idade adulta, sugere um novo relatório.
A nova pesquisa publicada online na revista Cancer foi liderada por Vicky Lehmann, do Nationwide Children's Hospital e da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos.
Matthew Lorber, um dos investigadores envolvidos, sublinha a necessidade de acompanhar de perto a saúde sexual dos adultos que foram sujeitos a tratamento de cancro na infância, “especialmente sobreviventes sujeitos a tratamentos com elevadas doses neurotóxicas”.
A equipa observou que o tratamento para o cancro infantil pode prejudicar o cérebro em desenvolvimento provocando efeitos a longo prazo. Essas dificuldades podem traduzir-se em problemas de interação social, o que significa que os sobreviventes adultos podem enfrentar desafios no desenvolvimento de relações românticas e sexuais, explicaram os autores do estudo.
A pesquisa avaliou 144 adultos jovens sobreviventes de cancro infantil e constatou que, no geral, eles não diferem de outros jovens adultos em termos da sua satisfação com as suas vidas sexuais e relacionamentos amorosos.
No entanto, os que tinham recebido tratamentos contra o cancro especialmente tóxicos para o sistema nervoso eram menos propensos a ter relações sexuais, ter um relacionamento ou ter filhos, segundo os resultados.
Ainda assim, na generalidade, este grupo admitia estar satisfeito com as suas vidas sexuais e relacionamentos.
Os resultados destacam “a natureza subjetiva das questões psicossexuais e a importância de abordar estas preocupações nos cuidados de sobrevivência”, disse Vicky Lehmann.
Matthew Lorber conclui que “esta análise não nos permite tirar conclusões definitivas, mas mostra que as crianças que recebem tratamento para o cancro podem esperar ter relações íntimas felizes no futuro”.
Vicky Lehmann reforça que apesar dos efeitos, as notícias são de esperança, pois “como os tratamentos para o cancro infantil conseguem maiores taxas de cura, ser capaz de apoiar o desenvolvimento psicossexual desses adultos sobreviventes torna-se numa nova oportunidade promissora”.
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