Todos os anos, milhares de pessoas são diagnosticadas com doenças que podem necessitar de tratamento com recurso a transplante hematopoiético, tais como doenças hemato-oncológicas, nomeadamente cancros que afetam as células do sangue, como leucemias e linfomas, doenças metabólicas, imunodeficiências e hemoglobinopatias.
No entanto, este tipo de transplante apresenta algumas limitações, já que cerca de 10 000 a 15 000 doentes por ano não conseguem encontrar, entre os milhões de dadores listados a nível mundial, um dador de medula óssea compatível e, além disso, há ainda pessoas para quem, devido à rápida progressão da doença, o tempo para encontrar um dador compatível seja um fator crítico.
Por sua vez, o sangue do cordão umbilical tem-se estabelecido como uma alternativa à medula óssea, tornando a transplantação hematopoiética acessível a um maior número de doentes. De acordo com os registos, já se realizaram 60 mil transplantes de sangue do cordão umbilical em crianças e adultos para o tratamento de mais de 90 doenças.
“A colheita fácil e indolor desta fonte de células estaminais, a disponibilidade imediata para transplante, a maior tolerância nos fatores de compatibilidade HLA e o menor risco de doença do enxerto contra o hospedeiro, são algumas das vantagens dos transplantes de sangue do cordão umbilical”, sublinha Carla Cardoso, diretora do Departamento de I&D da Crioestaminal.
A quantidade limitada de células de algumas amostras era, até há bem pouco tempo, o grande desafio da transplantação com sangue do cordão umbilical. Contudo, esta limitação foi ultrapassada com a aprovação, por parte da agência norte americana do medicamento (FDA), a uma das metodologias de expansão, em laboratório, das células do sangue do cordão umbilical, com um produto de terapia celular (omidubicel).
Já são mais de 800 os doentes incluídos em estudos clínicos sobre novas aplicações terapêuticas do sangue do cordão umbilical.
Desta forma, o sangue do cordão umbilical não só é importante na área da transplantação hematopoiética, como a sua crescente utilização em novas aplicações clínicas vem reforçar o valor terapêutico desta fonte de células estaminais.
Fonte: Crioestaminal (press release)