Em janeiro de 2006, tinha Ian Besner apenas 10 anos, quando a sua mãe notou um ligeiro inchaço no seu pescoço.
Preocupada, a progenitora dirigiu-se de imediato ao hospital, onde a criança foi vista por um médico.
“Na altura disseram para eu não me preocupar. O Ian estava, aparentemente, com uma saúde de ferro”, recorda Beth Besner.
Mas o tempo passou, e o inchaço não diminuía.
“Quase todas as semanas nós estávamos no hospital. O Ian fez testes a tudo e mais alguma coisa, e nada… Até que um dia, as notícias más chegaram”.
Ian foi diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda, um dos tipos de cancro mais frequentemente diagnosticados em crianças.
“De repente, a nossa vida ficou virada de pernas para o ar. Foi tudo muito rápido, muito intenso, muito agressivo”.
Os tratamentos de Ian tiveram início logo após o diagnóstico; apesar de eficazes, as terapias deixaram o sistema imunitário de Ian vulnerável a infeções.
O jovem acabou por falecer, alguns meses após o diagnóstico e uma semana antes do 11º aniversário, vítima de meningite.
“Os tratamentos oncológicos são muito tóxicos. Há crianças que não lhes resistem e depois há outras, como o meu filho, que não resistem aos seus efeitos secundários. Na verdade, e pelo que sei e fui pesquisando, as estatísticas dizem que dois terços das crianças tratadas com quimioterapia de alta dose sofrem efeitos secundários a longo prazo”.
A morte do seu filho e a falta de investimento na investigação sobre o cancro infantil levaram Beth e o seu marido, Brad, a criarem uma fundação em memória de Ian, chamada I Care, I Cure (“Eu Cuido, eu Curo”, em português).
Esta organização foca-se no financiamento de ensaios clínicos que beneficiem diretamente crianças com cancro.
“Antigamente, faziam-se pesquisas em adultos e depois diminuíam-se as doses dos medicamentos para as crianças. Mas isso está errado. Agora que cada vez mais conhecemos melhor a genética do cancro infantil, temos de inovar e de fazer as coisas de outra forma. É aqui que a nossa organização entra”.
Fonte: Local 10