A leucemia linfoblástica aguda é o tipo de cancro mais comum em pacientes pediátricos e, enquanto algumas crianças entram em remissão e vivem o resto da vida sem cancro, outras, infelizmente, são diagnosticadas com um cancro de segunda linha.
Por não conseguirem entender o porquê desta diferença, especialistas do St. Jude Children's Research Hospital, nos Estados Unidos, decidiram investigar.
“Quando se dá a esses pacientes a mesma medicação, embora todos tenham o mesmo tipo de leucemia, a resposta de cada um varia; alguns ficam curados, outros sofrem recidivas e outros sentem efeitos secundários severos durante o tratamento”, disse um dos investigadores principais, Jun J. Yang, à revista CURE.
Para o estudo, os investigadores sequenciaram o ADN de mais de 4 mil crianças com leucemia linfoblástica aguda em todo o país; mais especificamente, foram analisados os 0,7% da população que apresentavam uma mutação no gene TP53, um gene supressor tumoral conhecido como “o guardião do genoma” que é, segundo os especialistas, responsável por corrigir erros que possam ocorrer nos genes de uma pessoa.
Em situações em que o TP53 não funciona corretamente, pode-se abrir um caminho para o crescimento do cancro. Na verdade, os pacientes com a mutação são quatro vezes mais propensos a morrer de cancro e cerca de um em cada quatro desenvolverão um segundo cancro.
Apesar desta rara mutação genética poder desempenhar um papel fundamental no prognóstico de um paciente, não é rotineiro que crianças diagnosticadas sejam testadas relativamente ao gene, situação que os investigadores do St. Jude Children's Research Hospital acreditam que irá mudar, tendo em conta investigações como a atual.
“Cada vez mais os oncologistas pediátricos, e até mesmo os pais, estão a tornar-se conscientes da importância que a base genética tem para o cancro infantil”, disse o investigador. “Há uma crescente apreciação da base genética para o risco de cancro pediátrico e, provavelmente, daqui a cinco ou dez anos, será necessário que exista uma maneira mais padronizada de testar os pacientes, particularmente crianças, com cancro”, reforçou.
Atualmente, se uma criança com leucemia linfoblástica aguda for submetida a testes genéticos e estes derem positivo para a mutação, há etapas que podem ser feitas: por exemplo, e segundo Jun J. Yang, os pacientes devem ser sujeitos a ressonâncias magnéticas mais frequentes para testar outras doenças malignas.
O investigador está confiante de que continuarão a ser feitas melhorias no tratamento para a população infantil. “Este é um campo emergente e nós ainda só conseguimos ver a “ponta do iceberg”, ainda temos um longo caminho a percorrer”, concluiu Jun J. Yang.
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