Quando confrontados com um diagnóstico de cancro infantil, é difícil para os pais continuarem a dar atenção a muitas das outras demandas da vida.
Infelizmente, para os pais que cuidam de uma criança com cancro, a tensão e o medo instalados podem prejudicar o relacionamento.
Jayne Wexler, uma fotógrafa de Nova York cujo filho, Justice, é um sobrevivente de cancro infantil, garante ter vivenciado muitos casos de casais que, de tanto lutarem contra o cancro infantil, acabaram por ceder à pressão intensa.
“Quando estávamos no hospital, conhecemos muitos casais que, tal como nós, estavam a tentar lidar com o fato de os seus filhos terem sido diagnosticados com cancro. Muitos desses casais, se não mesmo a maioria, acabaram por se separar”, conta Jayne ao SurvivorNet.
“A pressão é muita e a força que precisamos ter para lidar com as situações que nos vão aparecendo acaba por ser canalizada apenas para os nossos filhos. Não é falta de amor pelo nosso parceiro, é falta de saber como lidar com a coisas”.
Jayne revela que também ela e o seu marido tiveram períodos muito complicados durante o tratamento de Justice.
“Tínhamos muito medo. Mas nem eu, nem ele, queríamos verbalizar um com o outro o medo que sentíamos. E isso não é correto. O casal tem que partilhar as emoções. Começámos a frequentar terapia de casal e descobrimos que o medo que cada um de nós sentia tinha que ser combatido, não de forma individual, mas sim juntos. Esse entendimento foi fundamental para que hoje, eu e o meu marido, continuemos juntos”.
Agora que Justice está em remissão, o casal respira com outro alivio.
“Mais ainda temos medo, claro, que o Justice sofra uma recidiva. Mas aprendemos a viver um dia de cada vez, a falarmos de tudo. Não temos vergonha de dizer que temos receio, medo, que estamos frustrados”.
Esta mãe deixa um conselho a todos os pais de crianças com cancro: “comuniquem. A comunicação é essencial”.
Fonte: Survivor Net