Um novo estudo revelou um método simples e não invasivo para detetar danos pulmonares em pacientes oncológicos submetidos a terapias inovadoras, que conjugam anticorpos e fármacos. Este avanço, baseado na análise de marcadores específicos no ADN circulante, pode ajudar os médicos a identificar complicações pulmonares de forma precoce, evitando a dependência exclusiva de exames imagiológicos.
As terapias conjugadas de anticorpos e fármacos (do inglês, antibody-drug conjugates – ADCs), como o medicamento Enhertu (trastuzumab deruxtecan), têm revolucionado o tratamento oncológico por serem altamente eficazes. Contudo, estão associadas ao risco de doenças pulmonares intersticiais, uma condição séria que pode causar danos pulmonares significativos se não for tratada a tempo.
Investigadores liderados por Albert Grinshpun, do Sharett Institute of Oncology, e por Ori Fridlich, do Center for Liquid Biopsy, ambos do Hadassah-Hebrew University Medical Center (Israel), desenvolveram este teste sanguíneo inovador. A técnica baseia-se em identificar marcadores sanguíneos que indicam os primeiros sinais de danos pulmonares induzidos por ADCs. Este trabalho inspira-se na pesquisa pioneira de Yuval Dor e de Ruth Shemer, da Faculdade de Medicina da Universidade Hebraica (Israel).
A equipa analisou retrospetivamente amostras de sangue de pacientes com cancro HER2-positivo metastático tratados com Enhertu. Alguns destes pacientes apresentaram sinais de doenças pulmonares intersticiais durante o tratamento. Os marcadores encontrados nas amostras de sangue corresponderam aos sintomas confirmados através de exames médicos.
Este método oferece aos médicos uma forma prática e acessível de monitorizar os efeitos secundários destas terapias poderosas, permitindo intervenções mais rápidas e reduzindo a necessidade de exames imagiológicos frequentes.
Fonte: News-Medical.Net