Ter uma visão 3D do genoma pode ajudar no tratamento de cancros cerebrais pediátricos

Cuidados com a pele

Uma equipa de investigadores da Sanford Burnham Prebys, nos Estados Unidos, liderada por Lukas Chavez está a analisar de uma forma inovadora um dos tumores cerebrais pediátricos mais mortais, o ependimoma.

Ao visualizar de que forma o genoma é organizado e está organizado dentro das células tumorais, os cientistas foram capazes de revelar genes em tumores que podem ser futuros alvos de terapia.

Os resultados da investigação foram publicados na revista Nature Communications.

“O genoma humano é composto por muitos genes codificadores de proteínas e por um número ainda maior de seções não codificantes, todas compactadas de forma a caber no minúsculo núcleo de uma célula”, explica Lukas Chávez.

“Para esta investigação, estamos a usar tecnologias de ponta para observar a forma como o genoma se organiza, o que nos permite ter uma perspetiva única sobre os mecanismos de regulação genética – esta abordagem está a ajudar-nos a entender a ligação entre a forma do genoma e o cancro.”

Nos Estados Unidos, os tumores do cérebro e da medula espinhal, incluindo os ependimomas, são os tipos de cancro malignos mais comummente diagnosticados em crianças com até 14 anos de idade.

“Os ependimomas apresentam muitos subtipos genéticos e moleculares diferentes que podem afetar a resposta dos pacientes ao tratamento. Atualmente, o tratamento padrão inclui cirurgia seguida de ciclos de radioterapia o que, a longo prazo, pode aumentar a probabilidade de os pacientes sofrerem efeitos secundários neurológicos induzidos pela terapia. Por isso, encontrar novas opções terapêuticas direcionadas para o ependimoma é urgente. Se formos bem-sucedidos, esta nova investigação pode ajudar a encontrar novos medicamentos eficazes para tratar estes cancros”.

Os cientistas concentraram-se em analisar as formas mais comuns e agressivas da doença, que ocorrem principalmente em crianças pequenas – para isso, usaram uma técnica emergente, intitulada mapeamento do genoma 3D, que permite visualizar de que forma os genes estão organizados dentro do núcleo das células.

“Historicamente, a ciência tem estudado o genoma em duas dimensões. Mas o genoma é um objeto 3D como qualquer outro, e a maneira como os genes são organizados no espaço faz a diferença em como esses genes são expressos no corpo”.

A investigação analisou loops anteriormente não descobertos nos genomas de tumores de ependimoma – esses loops mudam a maneira como os genes são expressos, o que, por sua vez, produz sinais que ajudam os tumores a crescer.

“Por enquanto, já podemos confirmar que a configuração desses genes é essencial para os tumores de ependimoma – isto significa que agora temos uma série de novos alvos, todos candidatos para tratamentos que nunca seríamos capazes de identificar sem esta tecnologia”.

Os investigadores acreditam que estes resultados irão estabelecer as bases para estudos que ajudem no desenvolvimento de novas terapias.

Fonte: Newswise

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