Uma nova técnica de imagem de corpo inteiro está a ser testada na Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, com a finalidade de evitar o risco inerente ao uso de técnicas de imagem padrão, que fazem uso de radiação, como a PET e a tomografia computadorizada, para diagnóstico de cancro em crianças.
Os riscos de radiação que surgem associados a um maior risco de tumores secundários mais tarde na vida em crianças sujeitas a este tipo de exames de diagnóstico podem ser reduzidos, através de uma técnica de ressonância magnética de corpo inteiro que não recorre a radiação. O método utiliza ferumoxytol, um suplemento de ferro.
O composto permite melhorar a visibilidade dos tumores, pois contém minúsculas partículas de óxido de ferro magnéticas que são detetadas pela ressonância magnética.
As conclusões surgem de uma pesquisa que contou com a participação de 22 crianças e jovens adultos com idades entre 0 e 33 anos diagnosticados com linfomas e sarcomas.
Os dados, publicados na revista The Lancet Oncology, indicam que a taxa de acurácia da nova técnica de corpo inteiro foi de 97,2%, valor ligeiramente inferior aos 98,3% garantidos pela PET e tomografias computorizadas.
A investigadora principal do estudo, Heike Daldrup-Link, ressalva que as crianças são muito mais sensíveis à radiação do que os adultos, o que as torna mais suscetíveis ao desenvolvimento de tumores secundários, mas a nova técnica “pode resolver o enigma da necessidade de procedimentos de diagnóstico e estadio do cancro que acarretam riscos concomitantes de desenvolvimento de um tumor secundário mais tarde na vida”.
O método mostra resultados promissores, mas os especialistas salientam que a pesquisa está ainda numa fase embrionária, pelo que serão necessários mais testes até que se confirme que a técnica pode, de facto, tornar-se numa alternativa aos atuais exames.
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