Técnica cirúrgica ajuda homens sobreviventes de cancro pediátrico a recuperar fertilidade

A técnica cirúrgica designada por microdissecção extracção testicular do esperma (TESE) pode localizar e extrair espermatozóides viáveis em mais de um terço de adultos sobreviventes de cancro pediátrico considerados estéreis, devido ao tratamento de quimioterapia a que tinham sido submetidos.

A descoberta oferece uma nova opção para muitos sobreviventes de cancro que querem ter filhos, mas que tinham sido identificados como inférteis devido aos tratamentos oncológicos em idade pediátrica. Muitos dos homens foram posteriormente capazes de gerar filhos por fertilização in vitro.

Peter Schlegel, urologista chefe do Centro Médico de Weill Cornell, em Nova Iorque, sublinha os resultados positivos da técnica reforçando que, até à data, era “previamente assumido que a maioria dos sobreviventes de cancro infantil masculino, cujo sémen continha pouco ou nenhum espermatozóide viável, era incapaz de ter filhos. Este estudo demonstra que alguns desses homens, de facto, continuam a produzir espermatozóides saudáveis”.

A maioria dos homens adultos que receberam determinados tipos de quimioterapia na infância ou adolescência têm sido tradicionalmente considerados inférteis. Embora alguns possam recuperar a fertilidade até vários anos depois do tratamento, muitos podem ficar mesmo inférteis ou assumir uma contagem de espermatozóides muito baixa.

A Microdissection TESE permite identificar pequenas áreas nos testículos onde os espermatozóides são gerados, para que seja possível extrair as células de esperma saudável, mesmo nos homens cujos testículos foram severamente danificados pela quimioterapia na infância.

O investigador principal refere que no início do estudo estimava-se que “as taxas de captação de espermatozóides seria próxima de zero entre o grupo de sobreviventes”, mas surpreendentemente foi descoberto que “em muitos casos, pequenas áreas de tecido testicular sobreviveram e retomaram a produção de esperma durante um período de vários anos “.

O congelamento e conservação de esperma antes da quimioterapia para uso posterior deverá por isso ser uma opção importante e possível em casos de adolescentes e jovens adultos diagnosticados com tumores, referem os cientistas.

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