Taxas de vacinação contra HPV são especialmente baixas entre sobreviventes de cancro infantil

Um estudo realizado nos Estados Unidos revelou que a taxa de sobreviventes de cancro infantil que recebem vacinação contra o HPV é muito menor do que os seus pares sem a doença. 
      
Os números não mentem e, segundo a investigação, apenas 24% dos sobreviventes recebem a vacina, em comparação com os 40% que a recebem sem ter tido cancro.
     
Para os investigadores, mais do que nunca, os jovens sobreviventes de cancro vivem vidas longas após o tratamento, mas a sua saúde é mais vulnerável; por isso, é preocupante que a maioria dos sobreviventes não aproveite ao máximo a vacinação contra o HPV, que está amplamente disponível, e que pode ajudá-los a manter o cancro longe das suas vidas. 
      
Publicada no Journal of Clinical Oncology, esta foi a primeira e mais abrangente investigação sobre taxas de vacinação contra o HPV em sobreviventes de cancro pediátrico. 
      
O HPV causa a maioria dos cancros cervicais e muitos tipos de cancro oral, anal, vaginal, vulvar e peniano. Estima-se que 6,9 ​​milhões de adolescentes e adultos jovens, só nos Estados Unidos, sejam infetados com HPV a cada ano; os sobreviventes de cancro infantil são particularmente suscetíveis à infeção por HPV, pois muitas vezes o tratamento suprime as suas defesas imunológicas. 
      
Os investigadores entrevistaram 982 sobreviventes de cancro infantil, entre os nove e os 26 anos, que completaram o tratamento entre um e cinco anos antes. A maioria dos participantes, uma taxa de 59%, eram sobreviventes de leucemia ou linfoma.
     
A pesquisa avaliou se os sobreviventes haviam recebido a vacina contra o HPV, se o seu médico havia recomendado a vacina e quais eram as suas atitudes em relação à vacinação. A equipa de pesquisa comparou as taxas de iniciação da vacina com os dados gerais da população reveladas por um  Inquérito Nacional de Imunização.
     
Os resultados revelaram que as taxas de vacinação contra o HPV foram significativamente menores entre os sobreviventes de cancro pediátrico em comparação com a população em geral, numa proporção de 24% para 40%). Estas taxas verificaram-se em participantes do sexo masculino e feminino, embora pessoas do sexo masculino sejam menos propensos a ser vacinados do que as mulheres.
     
A diferença nas taxas de vacinação foi a maior entre os adolescentes, com idades entre os 13 e os 17 anos, numa proporção de 22% para sobreviventes de cancro em comparação com os 42% da população em geral. 
      
No entanto, as taxas de vacinação foram comparativamente baixas em jovens entre os 18 e os 26 anos, com 25% dos sobreviventes a serem vacinados em comparação com os 24% da população em geral.
     
A barreira mais significativa à vacinação foi a falta de recomendação por parte dos médicos; 72% dos participantes relataram que o seu médico não recomendou a vacina contra o HPV, e apenas 5% desses sobreviventes receberam a vacina. Por outro lado, entre os 28% que receberam uma recomendação, mais de metade foram vacinados.
     
Outras barreiras à vacinação incluíam a perceção de sobreviventes de que não possuíam cobertura de seguro para a vacina.
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