Investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriram que um candidato a fármaco anti-inflamatório, que inibe uma enzima produtora de prostaglandina E2 mPGES-1 no estroma do tumor, reduz o crescimento do tumor em modelos experimentais de neuroblastoma.
Os resultados foram publicados na EBioMedicine e podem abrir portas para novas estratégias de tratamento para este cancro infantil agressivo.
“O neuroblastoma de alto risco é o cancro mais comum e mortal em bebés e crianças. Estas novas terapias são altamente necessárias, em especial se melhorarem a sobrevida sem adicionar efeitos secundários adversos”, disseram os especialistas.
O neuroblastoma é um tumor agressivo de células nervosas que é diagnosticado precocemente, frequentemente antes dos 2 anos de idade, e é estratificado em diferentes categorias de risco: baixo risco, risco intermediário e alto risco. As crianças com neuroblastoma de alto risco recebem tratamento multimodal intensivo que aumenta a sobrevida ao longo dos anos, mas os sobreviventes têm um alto risco de recaída, com risco de vida e efeitos secundários graves ao longo da vida. A segmentação do compartimento estromal tem sido sugerida como uma nova estratégia para aumentar ainda mais a sobrevida e aumentar a qualidade de vida das crianças que sobrevivem à doença.
“Descobrimos que o tipo de célula dominante no estroma do tumor, os fibroblastos associados ao cancro benigno, foram os principais produtores de prostaglandina E2 em casos de neuroblastoma. Estas células normais suportam o crescimento de células cancerígenas e devem ser alvejadas, uma vez que são geneticamente mais estáveis do que as células malignas e, portanto, menos propensas a desenvolver resistência”, disseram os especialistas no artigo publicado.
Segundo a investigação, a prostaglandina E2 não só medeia a febre e a dor, como também impulsiona a inflamação nos tumores, promovendo o crescimento destes. A inibição da enzima mPGES-1, que catalisa a produção de prostaglandina E2, resultou na redução do crescimento tumoral em modelos experimentais de neuroblastoma.
Os investigadores acreditam que a descoberta poderia levar a uma melhoria na sobrevida com menos efeitos secundários em crianças com neuroblastoma.
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