O Dia Mundial de Luta contra o Cancro assinala-se no próximo dia 4 de fevereiro e a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) decidiu assinalar a ocasião dando a conhecer melhor o retinoblastoma, um tumor ocular maligno que tem a sua origem nas células imaturas da retina e que é mais comum nas crianças.
Guilherme Castela, oftalmologista da SPO, explica que o retinoblastoma apresenta uma taxa de sobrevivência superior a 95% quando tratado numa fase em que ainda está confinado ao globo ocular.
O especialista indica que em 90% dos casos, o tumor manifesta-se antes dos 5 anos de idade, sendo a idade média de diagnóstico os 12 meses, nos casos bilaterais, e de 24 meses nos unilaterais. O diagnóstico atempado pode evitar a necessidade de retirar o olho e permitir que as crianças não percam a visão completa.
Guilherme Castela explica que a principal manifestação clínica deste tumor é a leucocória (pupila branca) e ocorre em 60% dos casos, quando o tumor cresce dentro do olho e apresenta um reflexo branco que se vê através da pupila. “Este reflexo também pode aparecer nas fotografias com flash, deixando de aparecer o típico olho vermelho”, reforça.
O especialista lembra ainda que cerca de 40% dos retinoblastomas podem ser hereditários e, por isso, é importante um estudo genético das famílias. Os tratamentos mais comuns são a quimioterapia supra-seletiva da artéria oftálmica (QSAO) e a quimioterapia intravítrea (QTiv) que já são realizados em Portugal desde 2015.
Portugal tem uma incidência anual de cerca de dez novos casos de retinoblastoma, que afeta 1 em cada 18 mil crianças. Este tumor representa ainda 3% de todos os tumores em crianças até aos 15 anos de idade.
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