Rheann Franklin, Ainsley Peters e Rylie Hughey conheceram-se há 5 anos, numa altura em que nenhuma delas sabia o que vida lhes reservava.
Diagnosticadas com cancro infantil, estas doces meninas viram-se pela primeira vez quando a fotógrafa Lora Scantling decidiu juntar um grupo de crianças que lutavam contra uma doença mortal, em 2014.
A primeira fotografia foi tirada em 2014. Da esquerda para a direita: Rylie Hughey, Rheann Franklin, Ainsley Peters. – Fonte: Lora Scantling
Depois de ter feito o anúncio da sessão fotográfica, Lora acreditou que teria a oportunidade de fotografar muitas crianças, “mas só apareceram aqueles 3 anjos”.
A fotógrafa queria dar destaque à luta que aquelas meninas travavam, e o resultado foi uma imagem poderosa que se tornou viral nas redes sociais; o impacto surpreendeu tanto a fotógrafa como as estrelas da fotografia.
A segunda foto, tirada em 2015. – Fonte: Lora Scantling
“Descobri que não sabemos como é um verdadeiro guerreiro até encontrarmos crianças que lutam contra uma doença, mas que, mesmo assim, continuam com um sorriso no rosto”, disse Lora.
“Adorei conhecer estas meninas, estas pequenas heroínas, e conseguir capturar o seu espírito e a sua personalidade.”
Quando a primeira foto foi publicada, em 2014, as 3 guerreiras criaram uma legião de fãs enorme que, frequentemente, questionava Lora sobre o estado de saúde das meninas. E daí surgiu a ideia de, todos os anos, Rheann, Ainsley e Rylie se encontrarem com Lora para que, desta forma, o seu processo de recuperação pudesse ser documentado.
Em 2016, as meninas recordaram como tudo começou. – Fonte: Lora Scantling
“Já lá vão 5 anos. As meninas já são profissionais, autênticas modelos. Já sabem como posar, como interagir com a camara. É lindo vê-las!”, confidencia a fotógrafa, que acredita que estes “encontros anuais” servem dois propósitos: lembrar estas guerreiras daquilo por que passaram ao mesmo tempo que servem de inspiração para outras crianças que lutam contra o cancro.
5 anos depois, Rheann, Ainsley e Rylie estão livres do cancro, embora Rheann ainda esteja a lidar com problemas de saúde que resultaram da quimioterapia e da radioterapia a que a menina foi sujeita.
A menina começou agora a fazer tratamentos com hormonas e os médicos esperam que isso possa reverter os efeitos do tratamento; um dos problemas mais graves que Rheann enfrenta é uma insuficiência renal causada pela radioterapia, que também a deixou incapaz de crescer o cabelo. Além disso, a menina também ficou com problemas oculares, devido à localização do seu tumor.
Já Ainsley e Rylie, apesar de continuarem a ser acompanhadas pelos médicos, estão a viver a sua vida de uma forma relativamente normal.
A foto de 2017, onde as sobreviventes aparecem agarradas a um laço dourado, símbolo da luta contra o cancro infantil. – Fonte: Lora Scantling
No ano passado, este grupo de guerreiras acolheram um novo membro, um menino de 4 anos, chamado Connor Lloyd, que se encontra a fazer tratamentos contra uma leucemia linfoblástica aguda.
“Eu já conhecia o Connor e a sua família há alguns anos, bem antes de ele ser diagnosticado com leucemia. Inclui-lo nesta ‘tradição’ foi uma forma de lembrar que, embora as meninas já estejam livres de cancro, todos os dias há mais crianças a serem diagnosticadas com cancro”, explicou a fotógrafa.
Em 2018, Connor juntou-se à trupe. – Fonte: Lora Scantling
Para os pais de Connor, o fato do filho poder participar nesta sessão fotográfica é, para além de uma honra, uma maneira de ajudar a aumentar a consciencialização para a temática do cancro infantil.
“O cancro pode atingir qualquer pessoa, em qualquer momento. O Connor tinha uma saúde de ferro e, de repente, recebemos um diagnóstico de leucemia”, recorda a família Lloyd que, ainda assim, se sente abençoada por Connor estar a reagir tão bem aos tratamentos.
Em 2019, apenas Connor continua os tratamentos. As meninas já estão livres do cancro. – Fonte: Lora Scantling
A popularidade das fotos deste grupo de guerreiros inspirou Lora a criar o projeto “Little Heroes”, que visa consciencializar a população para o cancro e outras doenças crónicas que afetam crianças.
“Eu acho que estas 4 crianças não têm ainda noção do impacto que estão a ter na sociedade. É incrível ver o quão poderosa é a mensagem que uma fotografia, onde 4 crianças estão abraçadas, transmite”.
Fonte: Global News
