Sobreviventes: rastreio precoce para cancro da mama pode diminuir taxas de mortalidade  

Um rastreio precoce para cancro da mama pode reduzir a mortalidade derivada desta doença em mulheres sobreviventes de cancro infantil que não foram submetidas a radioterapia torácica, de acordo com uma investigação publicada no Journal of the National Cancer Institute.

Segundo os investigadores, iniciar um processo de rastreio entre os 25 e os 40 anos de idade pode reduzir o número de mortes por cancro da mama em mais de 50% em sobreviventes de cancro infantil.

Os cientistas observaram que o rastreio precoce para o cancro da mama é recomendado para sobreviventes de cancro infantil tratados com radioterapia torácica.

Ainda assim, não existem recomendações específicas para sobreviventes de cancro infantil que não foram tratados com radiação.

Com este pormenor em mente, os investigadores usaram modelos de simulação para determinar os potenciais benefícios clínicos e a relação custo-benefício do rastreio precoce para cancro da mama em sobreviventes de leucemia e sarcoma infantis que não foram tratados com radioterapia torácica.

Recorrendo ao Childhood Cancer Survivor Study, a equipa analisou dados de 2 343 sobreviventes de leucemia ou sarcoma, e conseguiu comparar os resultados de “nenhum rastreio” com os dados de “rastreio de mamografia digital conjunta com ressonância magnética” aos 25, 30, 35 ou 40 anos de idade dos sobreviventes.

Os modelos previram que entre 36,3% a 43,4% das sobreviventes desenvolveriam cancro da mama durante a sua vida adulta.

Sem o rastreio, a probabilidade de morte por cancro da mama variava entre 6,8% a 7,0%.

Os investigadores também descobriram que iniciar o rastreio anual entre os 25 e os 40 anos de idade eliminaria entre 52,6% a 64,3% das mortes por cancro da mama.

“Os resultados sugerem que o início precoce do rastreio utilizando mamografia e ressonância magnética a partir dos 40 anos pode reduzir para metade o número de mortes por cancro da mama e é custo-efetivo entre sobreviventes de leucemia infantil e sarcoma que não foram tratados com radioterapia”, explicaram os cientistas.

A investigação sugere que estes novos dados podem ajudar no desenvolvimento de diretrizes de rastreio para estes sobreviventes de cancro infantil de alto risco.

Fonte: Cancer Therapy Advisor

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