Um novo estudo encontrou uma ligação entre uma aptidão física reduzida e problemas neurocognitivos em sobreviventes de leucemia linfoblástica aguda, o cancro mais comummente diagnosticado em crianças.
Todos os sobreviventes de cancro infantil correm um maior risco de apresentar déficits neurocognitivos e uma capacidade reduzida de se exercitar devido à doença e ao tratamento.
Investigadores do St. Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos, tentaram procurar uma associação entre esses fatores, examinando a aptidão física e resultados de testes neuropsicológicos, além de respostas a questionários; no total, o estudo analisou 341 sobreviventes, já adultos, e 288 controlos saudáveis.
Os cientistas mediram o grau de exercício físico que os sobreviventes podiam tolerar e de que forma isso se relacionava com a sua capacidade de pensar, aprender, memorizar, ler e fazer contas.
Quando comparados ao grupo de controlo, os sobreviventes mostraram ter um pior condicionamento cardiovascular e um pior desempenho nos testes neuropsicológicos, incluindo aqueles relacionados à atenção, memória e habilidades académicas.
Após o ajuste para idade, sexo, tratamentos com radioterapia e quimioterapia, tabagismo e atividade física, os autores descobriram que um aumento na capacidade de exercício físico estava associado a um melhor desempenho em vários testes neuropsicológicos entre os sobreviventes.
Estudos anteriores, realizados em crianças e idosos sem cancro, sugerem que a aptidão física pode trazer benefícios à função cerebral e ao desempenho académico. Os resultados do estudo atual indicam que esses benefícios também podem ser sentidos por crianças com cancro.
“A nossa pesquisa sugere que uma pequena melhoria na tolerância ao exercício pode ter um impacto significativo na saúde intelectual dos sobreviventes”, disseram os cientistas.
“Sabemos que as habilidades de memória e pensamento diminuem à medida que envelhecemos. Qualquer melhoria na tolerância ao exercício, mesmo na idade adulta, pode ter um impacto na capacidade do sobrevivente de pensar, aprender e memorizar”.
As descobertas foram publicadas na revista CANCER.
Fonte: Eurekalert