Sobreviventes de retinoblastoma podem não ter problemas cognitivos ou sociais na idade adulta

Um novo estudo conclui que as crianças que sobrevivem a um retinoblastoma (tipo raro de cancro no olho que normalmente afeta crianças menores de 5 anos de idade) não enfrentam problemas cognitivos ou sociais na idade adulta.
A pesquisa, liderada por Tara Brinkman, do Hospital de Pesquisa Infantil St. Jude, nos Estados Unidos, não confirma os resultados mistos de estudos anteriores sobre a função cognitiva em sobreviventes de retinoblastoma na infância, cujos resultados têm tido por base amostras limitadas sobre as “habilidades cognitivas.”
O estudo, publicado na revista científica Cancer, da Sociedade Americana de Cancro, teve como finalidade avaliar a saúde a longo prazo destes sobreviventes. A equipa estudou um total de 69 adultos sobreviventes com cerca de 33 anos, que tinham sido tratados a um retinoblastoma, em média, aos 2 anos de idade.
Os participantes completaram avaliações cognitivas e questionários e a equipa descobriu que, na sua maioria, apresentavam medidas cognitivas e sociais normais, embora os cientistas tenham chegado à conclusão de que o tratamento com radiação ao cérebro estaria associado a um pior desempenho nas tarefas de memória verbal a curto e longo prazo.
O estudo conclui ainda que os sobreviventes diagnosticados e tratados antes de completarem 1 ano apresentaram um desempenho muito melhor na memória verbal de curto e longo prazo, aprendizagem verbal e habilidades de raciocínio verbal, em comparação com os diagnosticados após essa idade.
Tara Brinkman considera que os resultados podem ser justificados pelo facto de a área do cérebro responsável pelo processamento de informação visual se tornar “mais apta a processar a informação verbal após um input visual reduzido na infância”, o que sugere o potencial do cérebro em se adaptar e reorganizar após danos que ocorrem muito cedo.
Embora os seus resultados sejam significativos, a equipa sublinha que estes devem ser interpretados com cautela, devido ao tamanho reduzido da amostra estudada. 
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