Sobreviventes de leucemia mieloide aguda sofrem complicações a longo prazo

Pacientes adolescentes e jovens adultos que foram submetidos a tratamentos para leucemia mieloide aguda têm um risco bastante elevado de desenvolver várias complicações de saúde a longo prazo, de acordo com uma investigação realizada pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Os efeitos secundários tardios mais comuns entre os sobreviventes foram doenças cardiovasculares, endócrinas e respiratórias; neste estudo, os cientistas analisaram uma população com idades entre os 15 e os 39 anos.

“Com esta investigação, conseguimos conhecer um bocadinho melhor quais os efeitos secundários que mais afetam os jovens sobreviventes leucemia mieloide aguda. Só por isso, já valeu a pena”, disse Renata Abrahão, a principal autora do estudo.

De acordo com a American Cancer Society, nos Estados Unidos, só em 2020, serão diagnosticados cerca de 20 mil casos de leucemia mieloide aguda; o que acontece nesta doença é que as células mieloides produzidas dentro da medula óssea crescem de forma anómala.

Na maioria dos casos, o tratamento padrão passa pela quimioterapia; noutros, esta terapia é conjugada com um transplante de células estaminais.

O estudo utilizou dados de 1 168 pacientes com leucemia mieloide aguda, que haviam sido diagnosticados entre 1996 e 2012.

Os investigadores descobriram que, após 10 anos do diagnóstico de leucemia mieloide aguda, alguns pacientes desenvolveram uma doença endócrina (26%), uma doença cardiovascular (19%) e uma doença respiratória (7%).

Outros dos efeitos secundários observados, embora de forma menos frequente, incluíram doenças graves, como outro cancro.

O estudo descobriu que os sobreviventes que foram submetidos a um transplante de medula óssea tinham, pelo menos, o dobro da probabilidade de experimentar a maioria dos efeitos secundários.

De acordo com os investigadores, existem vários fatores que podem levar a estas disparidades nos efeitos secundários sentidos: entre esses fatores, incluem-se diferenças na gestão terapêutica, resposta do paciente ao tratamento, mutações de alto risco, doenças coexistentes e fatores socioeconómicos.

“Por outro lado”, alertam os cientistas, “existe ainda a possibilidade de estes efeitos serem agravados por hábitos de vida pouco saudáveis, como o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, a falta de exercício físico, uma exposição ao sol não protegida e uma dieta inadequada”.

O estudo foi publicado no International Journal of Epidemiology.

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Fonte: Eurekalert

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