Sobreviventes de cancro infantil têm um risco maior de ser submetidos a intervenções cirúrgicas mais tarde na vida

Sobreviventes de cancro infantil têm um risco maior de necessitar de grandes intervenções cirúrgicas mais tarde na vida, de acordo com um estudo publicado na revista The Lancet Oncology.

Através de uma análise ao Childhood Cancer Survivor Study, cientistas mostraram a existência de um risco maior de grandes intervenções cirúrgicas tardias entre os sobreviventes de cancro infantil quando comparados aos seus irmãos saudáveis.

Sobreviventes de linfoma de Hodgkin, de sarcoma de Ewing e de osteossarcoma foram aqueles que tiveram um risco maior de serem submetidos a intervenções cirúrgicas.

A análise incluiu dados de 25 656 sobreviventes de cancro infantil, com uma idade média de 6,1 anos na altura do diagnóstico – estes sobreviventes foram comparados a 5 045 dos seus irmãos.

Os diagnósticos de cancro mais comuns entre os sobreviventes foram leucemia linfocítica aguda (25,8%), tumores do sistema nervoso central (17,5%) e linfoma de Hodgkin (12,1%). O tratamento primário foi quimioterapia para 81,4% dos sobreviventes, cirurgia para 72,4% e radioterapia para 55,7%.

O acompanhamento médio foi de 21,8 anos para os sobreviventes e 27 anos para os irmãos. O desfecho primário foi qualquer intervenção cirúrgica tardia de grande porte que exigisse anestesia e que ocorresse 5 anos ou mais após o diagnóstico inicial.

O número de grandes intervenções cirúrgicas tardias foi de 28 202 entre os sobreviventes e 4 110 entre os irmãos.

As maiores cargas de grandes intervenções cirúrgicas tardias foram observadas em sobreviventes de linfoma de Hodgkin, sarcoma de Ewing e osteossarcoma – o risco foi maior entre sobreviventes do sexo feminino.

“Este estudo demonstra um efeito tardio crónico recém-compreendido da terapia do cancro pediátrico, compreendendo uma carga significativa de intervenções cirúrgicas tardias e importantes”, concluíram os cientistas.

“A necessidade de cirurgia tardia deve ser antecipada, de forma a que os profissionais de saúde possam informar os pais e os cuidadores de pacientes pediátricos”.

Fonte: Cancer Therapy Advisor

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