Sobreviventes de cancros infantis estão em maior risco de desemprego enquanto adultos, de acordo com um estudo alemão.
Um sexto dos ex-pacientes com cancro pediátrico está desempregado; esta é a conclusão tirada de uma pesquisa sistemática realizada pela Universidade de Lucerna, na Alemanha, e publicada a Deutsches Ärzteblatt International.
A análise mostrou que sobreviventes de cancro infantil tinham 1,5 vezes mais probabilidade de estarem desempregados do que indivíduos que não haviam tido a doença.
Pacientes que tivessem tido tumores cerebrais em crianças foram ainda mais afetados pelo desemprego.
As taxas de sobrevivência de crianças com cancro melhoraram substancialmente nas últimas décadas, o que resultou numa crescente população de sobreviventes adultos.
Contudo, esses mesmos sobreviventes correm um grande risco de sofrer sequelas físicas tardias, como explicam os autores.
Dois terços dos sobreviventes a longo prazo tiveram pelo menos um comprometimento crónico de saúde, e quase 30% tiveram deficiências graves. Embora muitos sobreviventes adultos de cancro pediátrico lidem bem com esses problemas de saúde, alguns deles enfrentam problemas em áreas psicossociais, especialmente relacionadas ao trabalho remunerado na vida adulta.
Com base nos resultados do estudo, os autores falam em favor do aumento das tentativas de fornecer cuidados de longo prazo para as pessoas afetadas.
Cuidados de acompanhamento psicossocial direcionados a sobreviventes de cancro infantil podem contribuir para uma integração bem-sucedida no mercado de trabalho.