De acordo com um novo estudo, 29% dos sobreviventes de cancro infantil do sexo masculino relataram sofrer de disfunção erétil.
“A disfunção sexual masculina e a sua associação com o bem-estar físico e psicológico foram subnotificadas em sobreviventes de cancro infantil”, disse uma investigadora do St. Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos.
“Até onde sabemos, este estudo é o primeiro a fornecer dados sobre uma grande população de sobreviventes de cancro infantil avaliados sistemática e clinicamente, enumerando a prevalência e as consequências da disfunção erétil e identificando possíveis alvos para intervenção”, afirmou.
Os investigadores estudaram 1 021 homens, com uma média de idades de 31,3 anos, sobreviventes de cancro infantil.
O estudo utilizou o Índice Internacional de Função Erétil para avaliar a disfunção.
Entre os participantes sexualmente ativos, os investigadores definiram disfunção erétil leve a grave como pontuações de 25 ou menos. Para os participantes não-sexualmente ativos, foram usadas respostas a itens sobre problemas para alcançar e sustentar uma ereção para caracterizar a disfunção erétil.
Os participantes também relataram sofrimento psicológico, insatisfação com a imagem corporal e qualidade de vida relacionada à saúde.
Dos 956 participantes com pontuações de disfunção erétil, 29% relataram ter disfunção erétil.
As razões para esta associação não foram claras e, por isso, os investigadores acreditam que precisam de ser exploradas.
“A relação entre a disfunção erétil e uma maior insatisfação com a imagem corporal pode ser bidirecional e enfatiza que a disfunção erétil requer tratamento multidisciplinar que combine aconselhamento psicológico e tratamento médico”, explicaram os cientistas.
“Embora os resultados deste tipo de análises sejam geradores de hipóteses e necessitem de validação, os nossos dados apoiam a hipótese de que a disfunção erétil pode ser uma condição modificável em sobreviventes de cancro infantil”, disseram os investigadores.