Os doentes que receberam terapia contra o cancro durante a infância têm um risco aumentado de desenvolver complicações gastrointestinais numa idade mais avançada, revela um estudo da Universidade da Califórnia recentemente publicado no jornal da Associação Americana de Gastroenterologia.
A pesquisa avaliou sobreviventes de cancro infantil e os seus irmãos. Em comparação com os seus familiares, os sobreviventes da patologia tinham um risco superior de desenvolver tardiamente complicações no sistema gastrointestinal e no fígado.
Os especialistas alertam que essas complicações gastrointestinais podem minimizar a qualidade de vida dos doentes, pelo que alertam os médicos para a necessidade de estarem cientes sobre esses potenciais problemas.
Perante a realidade cada vez mais comum de sobrevivência de crianças diagnosticadas com cancro, torna-se cada vez mais importante reconhecer as consequências negativas para a saúde provocadas a longo prazo pelo tumor e pelos tratamentos, explicam os responsáveis.
A investigação tinha como objectivo descrever a incidência das condições adversas de complicações gastrointestinais, pelo menos, cinco anos após o diagnóstico, bem como avaliar o efeito dos diferentes tratamentos e os factores associados ao risco de desenvolver este tipo de problemas.
A idade avançada na altura do diagnóstico, a exposição à radiação abdominal e alguns tratamentos de quimioterapia surgem ainda como factores que potenciam esse mesmo risco de complicações. Mais de 40% dos sobreviventes de cancro infantil têm, pelo menos, uma complicação gastrointestinal, 20 anos após a terapia contra o cancro.
Embora as várias combinações de quimioterapia, radioterapia e cirurgia para tratamento de vários tipos de cancro tenham melhorado em larga escala as taxas de sobrevivência da doença, estas modalidades de terapia têm potencial para causar complicações significativas ao nível do tracto digestivo.
A radiação abdominal geralmente resulta em vários efeitos tóxicos agudos, incluindo a inflamação intestinal, enquanto a quimioterapia, por seu lado, está associada a muitos efeitos tóxicos agudos, incluindo náuseas, vómitos, diarreia, constipação e aumento da susceptibilidade a infecções gastrointestinais.
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