As pessoas que sobreviveram a um cancro pediátrico são duas vezes mais propensas a sofrer de hipertensão arterial enquanto adultos, em comparação com a população em geral.
As melhorias no tratamento aumentaram drasticamente as taxas de sobrevivência dos pacientes com cancro infantil, com muitas das crianças a tornarem-se sobreviventes de longo prazo; estima-se que atualmente existam 420 mil sobreviventes adultos de cancro infantil nos Estados Unidos.
No entanto, muitos sofrem efeitos secundários a longo prazo. A pressão arterial elevada é um importante fator de risco modificável que aumenta o risco de problemas cardíacos em todas as pessoas, mas a pesquisa mostrou que a pressão alta pode ter um impacto negativo ainda maior em sobreviventes de cancro infantil tratados com terapias cardiotóxicas.
Os investigadores do St. Jude Children's Research Hospital no Memphis, nos Estados Unidos, avaliaram o estudo e os resultados da avaliação da prevalência de hipertensão arterial entre sobreviventes de cancro infantil, examinando 3 016 adultos que faziam parte de um estudo do hospital, e que fornece avaliações médicas contínuas de sobreviventes para ajudar no avanço do conhecimento a longo prazo.
Os participantes teriam hipertensão se a pressão arterial sistólica fosse 140 ou superior, se a pressão arterial diastólica fosse 90 ou maior, ou se tivessem sido previamente diagnosticados com hipertensão e estivessem a tomar medicação.
O estudo mostrou que a prevalência de hipertensão arterial foi 2,6 vezes maior do que o esperado entre os sobreviventes; a prevalência da hipertensão aumentou ao longo do tempo: aos 30 anos, 13% dos sobreviventes tinham hipertensão; aos 40, o numero subia para 37% e, aos 50 anos, mais de 70% dos sobreviventes apresentavam hipertensão arterial.
Para os especialistas, a prevalência de hipertensão em sobreviventes de cancro infantil corresponde a taxas na população geral de pessoas com cerca de uma década de idade.
Além disso, o estudo concluiu que a exposição à radioterapia ou quimioterapia não estava significativamente associada à hipertensão arterial.
“São necessárias mais pesquisas para identificar intervenções eficazes que previnam a hipertensão em sobreviventes, mas os nossos resultados enfatizam a importância da vigilância e gestão da pressão arterial”, concluiram os investigadores.
O estudo foi publicado na Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention.
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