Sobreviventes de cancro infantil em maior risco de sofrer AVC

Os acidentes vasculares cerebrais, e a sua recorrência, podem estar associados ao aumento da mortalidade e impactar negativamente as medidas de qualidade de vida relacionada à saúde de sobreviventes de cancro infantil, de acordo com um estudo publicado na revista Cancer.

De acordo com o artigo, da forma como as terapias têm vindo, continuamente, a melhorar para os pacientes, o que aumenta a sobrevivência à doença, será primordial identificar sobreviventes de cancro infantil em maior risco.

“Observámos que a incidência de acidente vascular cerebral se correlaciona com medidas mais pobres de qualidade de vida relacionada à saúde de sobreviventes, pelo que pode haver uma indicação de intervenção mais rápida e agressiva para a evitar nestes sobreviventes”, escreveram os autores do estudo.

Na investigação retrospetiva, composta por 14 358 participantes com cancro infantil, 224 tiveram um AVC após o diagnóstico, sendo que em 63 o AVC foi recorrente. Com base em 2 636 mortes, as taxas de mortalidade tardia por todas as causas foram de 0,70 antes do acidente vascular cerebral, de 1,03 após o primeiro acidente vascular cerebral e de 2,42 após o acidente vascular cerebral recorrente.

O AVC impactou negativamente a funcionalidade e a memória dos pacientes.

Além disso, verificou-se que o historial de AVC nesta população estava associado a um risco elevado de incapacidade de trabalhar.

“No geral, a mortalidade por todas as causas e a mortalidade relacionada à saúde aumentaram em mais de três vezes nos sobreviventes que sofreram acidentes vasculares cerebrais repetidos em comparação com aqueles sem histórico de acidente vascular cerebral”, explicaram cientistas.

O risco de acidente vascular cerebral em pacientes que já tiveram cancro pediátrico foi associado à exposição dose-dependente de quimioterapia em combinação com radioterapia.

Fonte: Cancer Network

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