De acordo com novas descobertas feitas pelo Dana-Farber Cancer Institute, nos Estados Unidos, cada vez mais os sobreviventes de cancro infantil estão a desenvolver pólipos colorretais que, ao contrário do que seria de esperar, não estão relacionados a uma síndrome familiar.
Intitulada de polipose associada à terapia (TAP), a condição foi vista pela primeira vez em 5 pacientes em 2014.
Recentemente, o estudo foi expandido de forma a incluir 34 pacientes, provenientes de 8 centros de tratamento oncológico norte-americanos, que não tinham um vínculo genético conhecido com a condição.
Os investigadores analisaram dados de pacientes que foram submetidos a quimioterapia e/ou radioterapia e descobriram que os pólipos se desenvolveram cerca de 27 anos após o tratamento.
Além disso, 35% dos pacientes tinham mais de 50 pólipos colorretais e 94% tinham vários tipos desses mesmos pólipos.
“Os resultados são contrastantes com o de outras síndromes hereditárias de polipose nas quais todos os pólipos geralmente são do mesmo tipo”, referem os investigadores.
Outras complicações associadas ao tratamento oncológico surgiram em 74% dos pacientes, o que sugere que indivíduos que desenvolvem polipose associada à terapia podem ser especialmente suscetíveis a condições relacionadas ao tratamento em geral.
Tendo em conta que este tipo de pólipos podem ser um fator de risco para o desenvolvimento de cancro do cólon, os pacientes geralmente são aconselhados a submeter-se a uma triagem mais pormenorizada e a outros procedimentos invasivos para detetar crescimentos anormais o mais cedo possível.
“Conhecendo os sinais específicos da polipose associada à terapia e sabendo que não faz parte de uma síndrome familiar, os médicos podem poupar os membros da família a exames desnecessários garantindo, na mesma, que os pacientes recebem o tratamento adequado”.
Fonte: Cure Today