O jovem Alfe Harvey e a sua mãe estão a desenvolver uma campanha de sensibilização onde pedem a pais de crianças que estejam atentos aos sinais e sintomas do cancro infantil.
Setembro assinala o mês para a consciencialização do cancro infantil; mas, para esta família, setembro é também o mês onde, há 10 anos, Alfe foi diagnosticado com um Linfoma Não-Hodgkin de células B.
Hoje em dia, com 16 anos, Alfe está em remissão.
Tudo começou no início do ano letivo, em setembro de 2009, quando Alfe, na altura com apenas 6 anos, se começou a queixar de dores nas pernas.
Segundo a sua mãe, Karen, o rapaz sempre “foi uma criança cheia de energia. No final das férias de verão, começámos a notar que ele ficava cansado com muita facilidade. Só queria dormir e não tinha apetite”.
Karen recorda também as noites passadas em claro a ouvir o choro do seu filho.
“Quando o levámos ao médico, disseram-nos que ele tinha sido infetado com um vírus. Mas, a verdade, é que mesmo com os tratamentos, os sintomas do Alfe continuaram a piorar.”
Dias depois, o jovem volta a dar entrada no hospital, mas, desta vez, foi encaminhado para outra instituição, onde foi sujeito a exames de sangue e a um ultrassom no estômago.
Alfe pouco se recorda da sua experiência, mas foi nesse dia que a sua família soube que o jovem tinha cancro e que teria de iniciar uma longa jornada contra a doença.
“Não tenho grandes memórias desse tempo. Lembro-me das dores. Lembro-me de sentir que parecia que me estavam a espetar facas nas pernas. E lembro-me do carinho que senti por parte de todos os profissionais de saúde.”
O estado de saúde de deteriorou-se rapidamente.
“O tumor era muito agressivo e começou quase que a ‘esmagar’ os pulmões do meu filho. Ele precisou de oxigénio, para suportar a sua respiração, e de morfina, para ajudar a controlar as dores que sentia”.
Karen temeu pela vida do filho.
“Foi horrível. é uma sensação que não desejo ao meu pior inimigo. Sentirmos que o nosso filho pode morrer a qualquer instante”.
Mas, “quase por milagre”, Alfe resistiu e foi transferido para a ala de oncologia pediátrica do hospital, onde começou a fazer amizades com outras crianças que também tinham sido
No total, foram 9 meses de quimioterapia intensiva. Finalmente, em julho de 2010, Alfe entrou em remissão.
“No dia em que teve alta hospitalar, o Alfe confessou-me que tinha encontrado a missão da sua vida: ajudar crianças com cancro”.
Determinada a concretizar o sonho de Alfe, a sua família criou a Alfe’s Cause, uma organização de solidariedade que serve para apoiar famílias cujos filhos são diagnosticados com cancro, através da organização de atividades, financiamento de sessões de terapia e do fornecimento de subsídios.
Para além disso, Karen e Alfe distribuem folhetos informativos sobre os sinais e sintomas do cancro infantil, de forma a garantir que os pais estejam informados.
“Quero que as pessoas conheçam os sinais e sintomas e que os retenham na sua cabeça. O diagnóstico precoce é fundamental no caso da oncologia pediátrica”, diz Alfe que, a partir de agora, irá assumir um papel de maior relevo na sua instituição.
“Agora que sou mais velho quero estar mais envolvido em todas as decisões”, afirma o sobrevivente.
Fonte: Northampton Chronicle