A sobrevivência ao cancro está a aumentar em todo o mundo, mas ainda existem grandes lacunas que perduram entre os vários países do mundo, de acordo com um estudo publicado na The Lancet.
Intitulado CONCORD-3, o estudo abrange 71 países e 18 tipos de cancro; 31 países europeus foram incluídos, juntamente com 17 da Ásia e 13 da América Latina. Apenas seis países africanos foram incluídos, devido à falta de dados.
O progresso e as lacunas são especialmente importantes no caso do cancro pediátrico; em casos de crianças com tumores cerebrais, por exemplo, a sobrevivência a cinco anos aumentou de 54% no período entre 2000 e 2004, para mais de 60% entre 2010 e 2014.
Nos Estados Unidos, Dinamarca, Suécia e Eslováquia, a taxa de sobrevivência evoluiu para 80%, ou mais; contudo, em países como o México ou Brasil, menos de 40% das crianças diagnosticadas com tumores cerebrais sobreviveram entre 2010 e 2014.
Da mesma forma, a sobrevivência a cinco anos para o tipo mais comum de cancro infantil, a leucemia linfoblástica aguda, aumentou para mais de 90% no Canadá, nos Estados Unidos e em nove países europeus, mas manteve-se abaixo dos 60% na China e no México.
De acordo com os autores, este facto “reflete a disponibilidade e a qualidade dos serviços de diagnóstico e tratamento”.
Em casos de cancro da mama, o mundo viu avanços transversais: para mulheres diagnosticadas com a doença nos Estados Unidos e Austrália entre 2010 e 2014, a sobrevivência a cinco anos foi de 90%. Em 16 países da Europa Ocidental, a taxa melhorou para 85% e situou-se em 71% para países da Europa Oriental.
Os cancros do fígado e do pulmão os últimos 20 anos trouxeram algum progresso; por exemplo, entre 1995 e 2004 em Portugal, a sobrevivência de cancro do fígado aumentou de 8% para 19%.
Da mesma forma, a sobrevivência de cancro do pulmão aumentou 5% a 10% em 21 países, incluindo a Grã-Bretanha. O maior progresso foi observado na China (de 8% para 20%), no Japão (de 23% a 33%) e na Coreia do Sul (de 10% a 25%).
Dirigido por Claudia Allemani da London School of Hygiene & Tropical Medicine, o estudo Concord-3 reuniu centenas de especialistas e mais de 300 registos de cancro que cobriram 37,5 milhões de casos, três quartos de todos os cancros diagnosticados em todo o mundo de 2000 a 2014.
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