“Sino da (Espera)nça” toca no IPO do Porto sempre que uma criança ou adolescente terminar o tratamento oncológico

O Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO do Porto) inaugurou, no dia 15 de setembro, Dia Internacional da Criança com Cancro, o “Sino da (Espera)nça”, que tocará sempre que uma criança ou adolescente alcançar o final do seu tratamento oncológico.

“Chama-se ‘Sino da Esperança’, mas colocamos a palavra ‘espera’ entre parênteses porque, no fundo, o que está em causa é uma espera, uma luta com espera, uma espera pela esperança de sobreviver e regressar a casa, à vida normal”, explicou Filomena Maia, educadora infantil no IPO do Porto há 33 anos, em declarações à Lusa.

O “Sino da “(Espera)nça” foi inspirado no projeto “Ring the bell for cancer”, que teve origem nos Estados Unidos, e se espalhou por hospitais pediátricos e de adultos, na Europa e em Austrália.

Telma Oliveira, de 15 anos, a quem foi detetado, em agosto de 2023, um osteossarcoma no joelho esquerdo, um tumor maligno que a levou ao Hospital Pediátrico de Coimbra para uma cirurgia de reconstrução com prótese e ao IPO do Porto para meses de tratamento, deseja mais do que tudo tocar o sino.

“É um momento que aguardo muito. Quero que o hospital todo ouça o meu sino. Vai simbolizar o fim de tudo. Não é o fim da luta, mas é o fim da quimioterapia, o fim dos enjoos, o fim de tanta medicação, o fim do mau humor”, afirma.

O toque do sino será “uma espécie de anuncio à família hospitalar, um momento de partilha entre doentes, famílias e equipa de profissionais”, e, ao mesmo tempo, um “incentivo” para quem ainda está em tratamento, sublinha Filomena Maia.

De acordo com o RON (Registo Oncológico Nacional) Pediátrico, em 2019, havia 211 registos de cancro, em doentes com menos de 15 anos. Em 2020 foram 252.

Feito na Fundição de Sinos de Braga Serafim da Silva Jerónimo & Filhos, Lda., o processo de fabrico do “Sino da (Espera)nça” do IPO do Porto foi acompanhado por mais de uma dezena de crianças que estão ou já terminaram o tratamento, permitindo-lhes partilhar experiências e conhecer um processo que incluiu passar a cera no molde, experimentar o barro, sentir o som do sino, as texturas dos materiais, ver a fundição do metal, entre outros aspetos.

O projeto foi financiado com donativos angariados em iniciativas feitas em contexto de Educação para a Cidadania pelo Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira.

Fonte: Lusa/Health News

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