A vida da família Bertram mudou de um dia para o outro quando, há um ano e meio, um dos seus filhos foi diagnosticado com leucemia.
A notícia de que Ford tinha cancro foi um choque para a família que, até aí, nunca tinha sido obrigada a lidar com a realidade da oncologia pediátrica.
“Só quando o Ford foi diagnosticado é que tivemos a noção da quantidade de crianças que enfrentam esta dura realidade. É inimaginável o número de famílias que passámos a conhecer e que estão a passar pelo mesmo que nós”, diz a mãe da criança, Amelia.
Atualmente, Ford está a ser sujeito a um ciclo de quimioterapia diário.
“Um dos momentos mais angustiantes foi quando ele começou a perder o cabelo. Agora já está novamente a crescer, mas foi muito complicado ter de lidar com os olhares de pena das pessoas. Agora lutamos contra outro estigma, que é a desvalorização; as pessoas pensam que só porque o cabelo está a crescer, os tratamentos acabaram. E não, simplesmente esta nova quimioterapia não é tão agressiva e não provoca tanta queda de cabelo”.
Só após o diagnóstico de Ford, é que Amelia percebeu que, em muitos casos, os tratamentos a que as crianças são submetidas são iguais aos tratamentos que os adultos recebem.
“Isso causa estragos enormes nos corpos das crianças, que ainda estão em desenvolvimento. Os médicos já nos avisaram que, mesmo quando ficar curado, o Ford vai ter de lidar com o impacto dos tratamentos. Aliás, isso já está a acontecer. E é por isso que é tão importante haver uma maior consciencialização para a causa da oncologia pediátrica, nomeadamente ao nível de investigações que promovam tratamentos melhores e menos nocivos”.
Felizmente, a família Bertram contou com o apoio de toda a comunidade nesta fase difícil.
“Sentir o apoio de todos é muito importante, principalmente nos dias em que nos sentimos derrotados”.
Se tudo correr bem, Ford irá este ano para a escola primária; a sua avó, que é professora, está confiante na solidariedade das outras crianças.
“As crianças são seres muito especiais que, ao longo de todos estes anos de carreira, me ensinaram muitas coisas. Elas têm sempre uma maneira positiva de ver a vida, independentemente do quão difícil seja a situação pela qual elas estão a passar”, explicou Lisa Lothspeich.
Para esta avó, a “resiliência que estes meninos e meninas mostram é inspiradora”.
Desde que Ford foi diagnosticado, que Lisa deixou de se sentir afetada com as “pequenas coisas da vida”.
“Ele inspirou-me muito. A alegria que ele tem é incrível. Mesmo que ele esteja com dores, a sentir-se mal, ele esboça sempre um sorriso para mim. E esse sorriso ilumina a minha vida”.
Fonte: Trussville Tribune