Crianças e profissionais de saúde expostos sucessivamente à radiação para fins médicos apresentam índices maiores de incidência de cancro em relação a quem não sofre essa exposição.
As conclusões surgem de estudos recentes que foram discutidos no âmbito do Congresso Médico de Imagem e Radioterapia, organizado pela Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra, que teve lugar no último fim de semana, em Coimbra.
Num evento dedicado ao tema da relação entre exposição à radiação para fins médicos e a incidência de cancro, Graciano Paulo, presidente do congresso, explica que “na população pediátrica é mais problemático o impacto da radiação ionizante no sistema biológico das crianças, que são mais radiossensíveis e estão em processo de crescimento”.
Pesquisas já realizadas mostraram que crianças submetidas a Tomografia Axial Computorizada (TAC) têm uma taxa de incidência de leucemia “duas a três vezes superior” em comparação com as que não foram sujeitas aos mesmos exames, revela o especialista.
Já no que se refere às angiografias (exame radiográfico dos vasos sanguíneos), em que técnicos e doentes estão dentro da mesma sala, a incidência de doença oncológica nos profissionais de saúde expostos é também “duas a três vezes superior”.
Graciano Paulo considera que “a comunidade científica tem de criar mecanismos para otimizar procedimentos e apenas prescrever exames em situações clinicamente justificadas para a dose de radiação ser a menor possível”.
O Congresso Médico de Imagem e Radioterapia discutiu o estado da arte com o objetivo de adquirir novos conhecimentos, melhorando e maximizando os cuidados prestados aos doentes, de forma a promover melhores cuidados de saúde.
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