Realizado pela primeira vez em Portugal tratamento com células CAR-T em criança com leucemia

O Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO de Lisboa) anunciou esta quinta-feira, 1 de junho, Dia Mundial da Criança, ter realizado, pela primeira vez em Portugal, uma terapia inovadora no tratamento do cancro do sangue em crianças, denominada terapia com células CAR-T, que se tem revelado muito promissora a nível mundial. Esta é uma grande notícia e representa um grande avanço no tratamento das doenças oncológicas que afetam as células do sangue em pacientes em idade pediátrica no nosso país.

Segundo explica o IPO de Lisboa num comunicado, “assente na modificação genética de células, este tratamento pressupõe uma taxa de sucesso de 90% nas primeiras fases da doença e é pioneiro no nosso país, na área da leucemia pediátrica. Está indicado em casos de leucemia linfoblástica aguda B, mais concretamente em segundas recaídas, recaídas após transplante de medula ou em doença refratária”.

O tratamento com células CAR-T é uma imunoterapia, ou seja, “recorre ao próprio sistema imunitário do doente para combater a doença. O processo inicia-se com a colheita de linfócitos (células que fazem parte do grupo dos glóbulos brancos) dos doentes e encaminhamento para o laboratório de criobiologia, após o que seguem para os laboratórios dos Estados Unidos e Europa que fazem a modificação genética”, indica o IPO de Lisboa.

Numa fase posterior, “as células modificadas são novamente infundidas no sangue do doente através de um cateter venoso, num processo semelhante a uma transfusão. Estas células modificadas, designadas como células CAR-T, conseguem detetar as células tumorais no organismo do doente e vão atacar diretamente as células malignas e ajudar a eliminá-las”.

O IPO de Lisboa indica que esta terapia inovadora foi aplicada em dezembro de 2022 a uma criança, uma menina, que já tinha registado uma terceira recaída de uma leucemia linfoblástica aguda tipo B.

Os tratamentos anteriores não conseguiram eliminar totalmente as células tumorais, persistindo uma quantidade de doença residual que não permitia realizar um transplante de medula com garantias de sucesso. Agora, felizmente, graças a esta nova terapia, a criança “encontra-se estável e sem sinais de doença”, afirma o IPO de Lisboa.

Fonte: IPO de Lisboa

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