Rastreio de sintomas melhora qualidade de vida

De acordo com uma nova investigação, pacientes com cancro pediátrico beneficiam em fazer um rastreio regular com relato dos sintomas. O estudo da Universidade de Toronto (Canadá) e do Hospital for Sick (SickKids) mostra que esta prática reduz o peso dos sintomas da doença.

Na revista JAMA, onde foi publicado, é explicado que participaram 445 participantes com idades compreendidas entre os 8 e os 18 anos que recebiam tratamento contra o cancro em 20 centros de cancro pediátrico nos EUS. Dez dos centros participantes implementaram a intervenção de rastreio, enquanto a outra metade prestou os cuidados habituais após uma avaliação inicial.

Nos centros com rastreio foi pedido aos pacientes que se autoavaliassem para detetar incómodos relativos a 15 sintomas, três vezes por semana, durante oito semanas.

Os sintomas incluíam sentir-se triste, preocupado ou irritado, vomitar, ter diarreia ou estar obstipado, entre outros. No final do período de oito semanas, a pontuação total dos sintomas mostrou uma diminuição clinicamente significativa e 12 dos 15 sintomas medidos mostraram uma diminuição estatisticamente significativa.

Ficou também mostrado que sintomas de dor, alterações na fome, neuropatia periférica, obstipação e raiva, foram tratados com maior frequência com a ajuda desta medida.

“Os dados comunicados pelos doentes são cruciais para melhorar os cuidados em geral e também para prestar melhores cuidados de apoio que melhorem a qualidade de vida das crianças, concentrando-se naquilo em que elas realmente querem ajuda”, disse Lilian Sung, líder do estudo e investigadora no SickKids e professora no Instituto de Gestão e Avaliação de Políticas de Saúde e no Departamento de Pediatria da Universidade de Toronto. “Este estudo fornece provas de alta qualidade de que uma intervenção que inclua o rastreio de sintomas melhora o controlo dos sintomas, uma conclusão consistente com os ensaios clínicos em adultos”.

Como parte do estudo, a equipa de investigação também avaliou as visitas não planeadas aos cuidados de saúde e observou um aumento das visitas ao serviço de urgência no grupo de rastreio. “Pensamos que é provável que, devido ao facto de as famílias e os pais, em particular, poderem ver os resultados dos sintomas dos seus filhos, tenham sentido que deviam procurar cuidados médicos adicionais para ajudar a resolver a forma como os seus filhos se estavam a sentir”, disse Lee Dupuis, investigador no SickKids. “Uma conclusão importante desta descoberta é que podemos procurar formas de preparar percursos de cuidados de apoio para pais e filhos que lhes permitam tomar decisões informadas sobre os seus próprios sintomas”.

Fonte: EurekAlert

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