Os quimioterápicos podem provocar danos no ADN abrindo a possibilidade de, no futuro, o doente pode sofrer uma recaída da doença, segundo sugerem resultados de um estudo recente.
Uma equipa de médicos e cientistas da Escola de Medicina St.Louis da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriu que cerca de 80% dos doentes que padecem de leucemia mieloide aguda (LMA), tipo de cancro que afeta o sangue, e que são tratados inicialmente com quimioterapia, acabam por falecer nos cinco anos seguintes, devido a uma reincidência da doença.
Num artigo publicado na revista Nature, os cientistas referem que o estudo remete para uma teoria de que a quimioterapia pode contribuir para a recaída em doentes com cancro por danificar os segmentos do ADN, gerando novas mutações que permitem que as células do tumor possam evoluir e tornar-se resistentes ao tratamento.
Os especialistas explicam que as mutações observadas em doentes com LMA que tiveram recaída são diferentes das presentes no tumor primário, e são frequentemente observados danos no seu ADN, o que “sugere que as mutações nas células que promovem a recaída são influenciadas pelos medicamentos de quimioterapia que os pacientes recebem.”
Os pesquisadores suspeitam que este fenómeno não é exclusivo da leucemia mieloide aguda e pode ocorrer noutros tipos de cancro.
Os cientistas salientam que, numa próxima fase, o objetivo é encontrar terapias direcionadas com base em mutações específicas de cancro de um paciente, “em vez de usar fármacos que danificam o ADN ainda mais”.
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