Cole Horne sabe que ser diagnosticado com um linfoma aos 6 anos de idade foi um momento de mudança na sua vida.
Contudo, as suas memórias não passam tanto pelo grande tumor que precisou de remover, ou dos 5 meses de quimioterapia que se seguiram; por incrível que pareça, Cole lembra-se da diversão.
“Quando estamos no Hospital Infantil da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, nem nos sentimos como se estivéssemos num hospital. Eu tive acesso a sessões de musicoterapia, de terapia com animais, de sessões de bingo”, disse o rapaz, hoje com 20 anos e livre de cancro há já 13.
“Quando recebi a notícia de que estava livre do cancro, comecei a participar num programa em que todos celebravam a vida e o facto de termos sobrevivido a esta doença”, relembra.
E foi por esse motivo que Cole decidiu começar a ajudar crianças que, tal como ele, passaram pelo flagelo do cancro na infância. Assim, este sobrevivente de cancro regressou ao hospital onde foi tratado, desta vez como empregado, devido ao excelente apoio que ele e a sua família receberam.
“No fundo, acho que sempre soube que era nisto que eu queria trabalhar, por causa de tudo que eles fizeram por mim”, disse o rapaz, que atualmente trabalha nos Serviços de Saúde Ambiental; “mesmo que eu não esteja diretamente envolvido no atendimento ao paciente, ajudar a controlar a disseminação de germes e doenças e dar aos pacientes uma boa atmosfera é importante”.
Da mesma forma, Aubrey Mora, que foi diagnosticada com fibrossarcoma aos 20 meses e teve que amputar a perna, disse que se lembra de se sentir como uma “celebridade” enquanto estava a ser tratada naquela ala pediátrica.
“Tal como eu, muitas crianças nem sabiam que estavam doentes. Nós recebemos tanta atenção e tivemos tantos adultos a darem-nos carinho que nem nos apercebíamos”, contou Aubrey.
Também por esse motivo, inconscientemente Aubrey ficou “feliz” quando os seus pais lhe disseram que a sua melhor amiga da altura, Carrie Ashby, também tinha cancro, e seria tratada no mesmo hospital que a menina.
As duas meninas, hoje adultas, e as suas famílias, lutaram contra o cancro juntas mas, tal como Cole, as memórias que ficaram foram a de serem bem tratadas e acarinhadas por toda a equipa hospitalar.
“Se não tivéssemos essa rede de apoio, acho que não teríamos tantas memórias boas e uma perspetiva positiva do futura”, conclui Aubrey.