Quando a dor abre caminho à solidariedade: a história de Isaac

Uma família australiana que viu o seu mundo virar-se ao contrário quando descobriu que o filho tinha uma forma agressiva de cancro no cérebro está a lutar para mudar o futuro de outras crianças.

Gary McInnes e Geraldine Woo estão a angariar fundos para pesquisas sobre novos tratamentos, na esperança de que, um dia, todas as crianças sobrevivam a um diagnóstico semelhante ao do seu filho.

Isaac tinha toda uma vida pela frente quando, no final de 2017, aos 12 anos de idade, foi diagnosticado com um tumor cerebral raro, conhecido como astrocitoma anaplásico, que o deixou cego, numa cadeira de rodas e com dores constantes.

Tudo começou quando o jovem, descrito pela sua família como um “gigante gentil”, começou a sofrer dores de cabeça e vómitos. Inicialmente, os médicos atribuíram os sintomas a stresse e ansiedade, mas quando Isaac começou a perder peso e a sofrer com desidratação grave, os profissionais encontraram um tumor no cérebro.

Num período de poucos meses, Isaac foi sujeito a várias cirurgias e a intensivas sessões de quimioterapia e de radioterapia. Mas, infelizmente, um ano após o seu diagnóstico, o menino acabou por falecer.

A família McInnes. – Fonte: DR

Isaac tinha apenas 13 anos.

A sua mãe, Geraldine, diz que, apesar da dor que sentiu ao ver o seu filho suportar tratamentos e operações agressivas, a parte mais difícil é viver sem ele.

“Muitas pessoas dizem-nos que o ano passado deve ter sido muito difícil, mas as coisas não funcionam assim. Não há um botão para desligar as memórias. Pode ter passado um ano, mas a falta do Isaac é sentida todos os dias, da mesma forma, com a mesma intensidade”.

“A dor e o sofrimento que sentimos continuam a ser indescritíveis”, afirma o pai, Gary.

“Na altura em que o Isaac foi diagnosticado, eu pensei que não havia sofrimento maior. Mas hoje sei que estava enganado. Hoje, essa dor parece insignificante quando comparada à dor de não ter o meu filho ao meu lado”.

Logo após o diagnóstico de Isaac, Geraldine e Gary decidiram que tinham de fazer alguma coisa para melhorar as hipóteses de sobrevivência do filho. A dupla começou a angariar fundos para o Children’s Cancer Institute australiano.

Gary e Geraldine querem ajudar outras crianças diagnosticadas com cancro. – Fonte: DR

Até agora, os pais de Isaac já conseguiram angariar mais de 800 mil dólares (cerca de 715 mil euros). O objetivo para 2020? Chegar ao 1 milhão de dólares.

“Tínhamos esperança que a nossa iniciativa ajudasse o Isaac. Isso, obviamente, não aconteceu. Mas continuamos empenhados e acreditamos que, apesar de não termos conseguido salvar o nosso filho, vamos conseguir ajudar outras crianças”

Na Austrália, cerca de 750 crianças são diagnosticadas com cancro, todos os anos.

Fonte: 10daily

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