Uma proteína presente no veneno de serpentes pode surgir como uma nova arma de combate ao cancro, mostra um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, no Brasil.
Um trabalho laboratorial cujos resultados são ainda preliminares descobriu que o veneno de um tipo de serpente, a jararacuçu (Bothrops jararacussu), pode ser útil no desenvolvimento de tratamentos contra o cancro, assegurando ainda menos efeitos colaterais, em comparação com as actuais terapias.
A equipa isolou a proteína do veneno da serpente e observou que ela consegue interagir com as células do cancro, forçando-as à apoptose, ou morte celular programada.
A proteína em causa, a BJcul (“lectina de Bothrops jararacussu”), pertence a um grupo específico de proteínas, as lectinas, moléculas de reconhecimento que estão normalmente localizadas na superfície celular embora possam também ser encontradas no interior das células, refere uma das investigadoras.
As lectinas conseguem actuar contra o cancro pois reconhecem anomalias nas células de açúcar, neste caso, as produzidas pelos tumores. A equipa descobriu que esta proteína do veneno estimula várias facetas do sistema imunológico e mostrou-se capaz de afectar a membrana celular tumoral, causando danos no seu ADN.
Os investigadores sublinham o sucesso dos testes já realizados com o veneno desta serpente e acreditam que este pode surgir como uma nova forma de combate ao cancro, no entanto reafirmam a necessidade de mais estudos que confirmem os seus efeitos.
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