Os avanços na investigação e tratamento do cancro pediátrico nos últimos 50 anos levaram a melhorias significativas nos resultados de sobrevivência dos doentes. No entanto, é fundamental avançar com mais investigação nesta área, principalmente no desenvolvimento de terapias mais direcionadas e menos tóxicas.
“Atualmente, curamos quatro em cada cinco crianças com cancro, mas perder uma em cada cinco crianças para o cancro é simplesmente inaceitável”, afirmaram John M. Maris, oncologista pediátrico e codiretor do Pediatric Cancer Dream Team e Giulio D’Angio, líder de investigação sobre neuroblastoma no Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos.
“Igualmente importante, é ter em conta que os sobreviventes são sujeitos a quimioterapias e radioterapias muito tóxicas. Assim, dessas quatro crianças que sobrevivem, pelo menos duas ou três terão efeitos colaterais significativos a longo prazo”, acrescentaram ainda.
Por isso, enfrentar este e outros desafios na luta contra o cancro pediátrico está no centro de uma nova colaboração académica que envolve o Broad Institute of MIT e Harvard, o Dana-Farber Cancer Institute e o St. Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos.
O projeto Pediatric Cancer Dependencies Accelerator visa identificar e explorar vulnerabilidades genéticas relacionadas com cancros pediátricos para desenvolver melhores tratamentos, mais direcionados e menos tóxicos.
“Com os nossos pacientes a atingir a idade adulta, verificamos que, embora tenham ficado curados, são afetados por muitos efeitos colaterais dos tratamentos”, sublinharam o co-líder do projeto Kimberly Stegmaier, professor de pediatria na Harvard Medical School e especialista do Boston Children’s Hospital e Ted Williams, investigador e vice-presidente de investigação em oncologia pediátrica no Dana-Farber Cancer Institute.
“Assim, as nossas esperanças são duplas: ajudar os pacientes que ainda não estamos a tratar de forma eficaz com os nossos medicamentos e desenvolver tratamentos melhores e menos tóxicos para todas as crianças com cancro”, destacaram os cientistas.
Fonte: Healio