Uma colaboração entre investigadores do Instituto Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, e do Instituto de Investigación Sanitária de Santiago de Compostela (IDIS), em Espanha, pode culminar no desenvolvimento de biossensores que detetem células que saem dos tumores antes destes darem origem a metástases.
Ao abrigo do projeto ‘InveNNta’, que reúne mais de três dezenas de investigadores coordenados por aqueles institutos, os cientistas pretendem criar novos meios de diagnóstico e de terapia do cancro e doenças neurológicas.
O projeto, que conta com um financiamento de cerca de três milhões de euros, tem entre as suas linhas de ação o combate ao cancro. “Os tumores localizados têm atualmente melhor prognóstico com os novos fármacos, contudo o desenvolvimento das metástases afeta negativamente o prognóstico dos doentes oncológicos”, sublinha José Castillo Sanchéz, investigador do IDIS.
Os investigadores pretendem ultrapassar os atuais desafios que se prendem com o combate ao cancro diretamente no centro do tumor, recorrendo à nanotecnologia para criar “partículas atómicas com capacidade de entrar dentro do tumor”, para que sejam a base de quimioterápicos mais eficazes.
Rafael Lopez, líder do Grupo de Oncologia Médica Translacional do IDIS, reforça que “o problema da maioria dos tratamentos é que não discrimina as células boas das células más. Temos a esperança de que, com a nanotecnologia, envolvendo os fármacos com uma proteção, seja possível concentrar todos os esforços onde está o tumor”, pelo que o recurso a esta técnica é visto como uma grande aposta no futuro dos tratamentos.
O grupo tem ainda em mãos o desenvolvimento de uma aplicação que garanta uma deteção eficaz das células tumorais em circulação no sangue.
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