Problemas cognitivos em sobreviventes têm sido “amplamente subestimados”

Investigadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, relataram que muitos sobreviventes de cancro infantil são submetidos a terapias que estão associadas a efeitos cognitivos e a condições crónicas de saúde que podem ter um grande impacto ao nível da sua função cognitiva a longo prazo.

Este impacto pode, de acordo com o estudo publicado no Journal of Clinical Oncology, vir a ter efeitos prejudiciais na sua educação, no seu emprego e até mesmo nos seus rendimentos futuros.

“Os problemas cognitivos em sobreviventes de cancro infantil têm sido amplamente subestimados. Neste estudo, quisemos explorar o estado da função cognitiva após um diagnóstico específico de tumor sólido extracraniano e linfoma, de forma a que pudéssemos conhecer os possíveis fatores de risco associados e destacar as lacunas ao nível da investigação. Com estes conhecimentos, acreditamos poder vir a ajudar a fornecer novas orientações clínicas para os sobreviventes”, disse a autora do estudo, Nina S. Kadan-Lottick.

Nesta meta-análise, os investigadores analisaram uma série de estudos que haviam examinado os efeitos cognitivos decorrentes de tratamentos oncológicos a longo prazo em sobreviventes de tumores sólidos extracranianos e linfomas infantis.

Os resultados sugeriram que sobreviventes de osteossarcoma, neuroblastoma, tumor de Wilms, linfoma não-Hodgkin e linfoma de Hodgkin tinham um risco aumentado de comprometimento cognitivo.

Durante o estudo, foram também associadas várias comorbidades à função cognitiva.

“Dada a idade avançada no diagnóstico de muitos tumores sólidos extracranianos e linfomas infantis, bem como toxicidades associadas a certas terapias, concluímos que os sobreviventes podem beneficiar de terapia ocupacional, fisioterapia e / ou reabilitação auditiva ou visual, além de uma vigilância mais apertada para dificuldades cognitivas”, acrescentou Nina S. Kadan-Lottick.

No futuro, os cientistas querem agora dar início a um novo estudo, com uma maior população de amostragem, de forma a que sejam capazes de “delinear melhor a gravidade do comprometimento cognitivo, fatores de risco contributivos e intervenções eficazes para reduzir o comprometimento”.

Fonte: News Medical

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