Michelle Monje (EUA) e Frank Winkler (Alemanha) foram distinguidos com o Brain Prize 2025, o maior prémio internacional na área das neurociências, pelas suas descobertas pioneiras que estão a transformar a forma como compreendemos e tratamos os gliomas — os tumores cerebrais mais comuns e letais, tanto em adultos como em crianças.
Os dois neurocientistas mostraram que a atividade normal do cérebro pode, paradoxalmente, favorecer o aparecimento e crescimento de tumores cerebrais, assim como a sua resistência ao tratamento. Estudos mais recentes revelam ainda que este efeito não se limita aos tumores cerebrais, podendo ter impacto em outros tipos de cancro no organismo.
Estas descobertas deram origem a um novo campo científico chamado Neurociência do Cancro, que está a abrir caminho para estratégias terapêuticas inovadoras e mais eficazes.
O Brain Prize 2025, no valor de 1,3 milhões de euros, foi atribuído pela Lundbeck Foundation aos dois investigadores:
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- Michelle Monje, professora de Neuro-Oncologia Pediátrica na Stanford Medicine e investigadora do Howard Hughes Medical Institute (EUA)
- Frank Winkler, professor de Neuro-Oncologia Experimental na Universidade de Heidelberg e investigador do German Cancer Research Center (Alemanha)
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Segundo o comité responsável pela atribuição do prémio, os investigadores identificaram interações diretas entre os neurónios e as células tumorais, com mecanismos que imitam os circuitos neuronais normais, incluindo sinapses, sinais eléctricos e químicos, e atividade coordenada.
Estas ligações permitem às células tumorais explorar o funcionamento normal do cérebro para crescer, infiltrar-se e resistir aos tratamentos. Interromper estas interações pode abrir portas a novas formas de tratamento dos gliomas, que são ainda hoje praticamente incuráveis nos casos mais agressivos.
Lene Skole, CEO da Lundbeck Foundation, sublinha que “as descobertas de Monje e Winkler são um exemplo notável de como uma nova abordagem científica pode trazer uma compreensão totalmente nova das doenças do cérebro — e também uma enorme esperança para o desenvolvimento de terapias muito necessárias”.
Este reconhecimento poderá também inspirar uma nova geração de investigadores a explorar esta interseção entre neurociência e oncologia, com impacto direto na vida de milhares de pessoas afetadas por tumores cerebrais.
Fonte: News Medical
