Portugal registou 50 mil novos casos de cancro em 2017

No último ano foram registados em Portugal cerca de “50 mil novos casos” de cancro, o que corresponde a um aumento de incidência de “três a quatro por cento ao ano”.
A relevação foi feita pelo oncologista Miguel Barbosa, diretor do serviço de Oncologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, a propósito dos Encontros da Primavera em Oncologia, uma iniciativa que decorreu em Évora e que reuniu médicos, farmacêuticos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais de Saúde da área oncológica.
Mas se o número de casos de cancro tem vindo a aumentar, a mortalidade “tem estado relativamente estacionária ou com um aumento muito ligeiro”. Para o médico, apesar dos novos casos de cancro estarem a aumentar, os serviços também são cada vez melhores: “felizmente, é por tratarmos bem os doentes que estes se vão acumulando”; contudo, Miguel Barbosa avisa que “os serviços clínicos por esse país fora estão no limite”.
Graças ao sucesso dos tratamentos, as unidades hospitalares “conservam cada vez mais os doentes que têm”. Mas, e dado que se estima que em 2030 Portugal possa chegar aos “60 mil novos casos de cancro, com a mesma mortalidade”, o especialista alerta que é necessário “acautelar que os serviços clínicos estejam capazes de responder a esta necessidade”, ao mesmo tempo que criticou o investimento “muito limitado” na Saúde. 
“Não tem sido o suficiente. Claramente, precisamos de mais investimento, em termos de profissionais de Saúde dedicados a esta área, mas também em termos de espaços físicos para atendermos os doentes com toda a consideração que merecem”, disse Miguel Barbosa. 
Em declarações à Agência Lusa, o oncologista falou ainda dos sistemas de informação que, ao mesmo tempo que ajudam a melhorar os tratamentos dados aos pacientes, também estão a contribuir para uma relação mais afastada entre médicos e doentes: “Por vezes, passamos tanto ou mais tempo a olhar para o computador do que, propriamente, a atender às necessidades específicas daquele doente”. 
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