Portugal acolheu, pela primeira vez, a reunião internacional de especialistas em tratamentos de tumores renais pediátricos, um cancro que afeta cerca de 20 crianças e adolescentes por ano, em Portugal, com uma taxa de cura superior a 80%.
A reunião internacional do grupo SIOP-RTSG (Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica – Renal Tumor Study Group), que decorreu no Porto, no IPATIMUP – Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, vem reforçar a colaboração e a integração de Portugal nos protocolos de investigação internacionais, como refere Nuno Reis Farinha, presidente da Sociedade de Hematologia e Oncologia Pediátrica (SHOP), em declarações à Lusa.
Para a SHOP, este encontro de dois dias representou “uma oportunidade ímpar para fortalecer a colaboração e a integração de Portugal nos protocolos de pesquisa internacionais” e realça a importância dos decisores políticos priorizarem “o apoio a estudos académicos” e incentivarem “a participação em protocolos cooperativos, garantindo que as crianças portuguesas possam ter melhores opções terapêuticas no futuro”.
Tumores renais em pediatria “são muito raros”
Segundo o oncologista, “os tumores renais em pediatria são muito raros e diferentes dos do adulto”, adiantando que o mais frequente é o tumor de Wilms ou nefroblastoma, representando 90% dos tumores do rim em crianças.
“Nós curamos mais de 80% dos tumores renais e nalguns casos mais de 90%, mas com tratamentos que podem curar com sequelas. Todos os tumores de Wilms, são submetidos a quimioterapia, cirurgia e nalguns casos radioterapia e nós queremos que essas crianças tenham uma vida normal no futuro”, defendeu, frisando que “a investigação é fundamental não só para curar, mas curar com qualidade”, referiu.
O Presidente da SHOP lembrou ainda a importância de contarem com Renal Tumor Study Group “que colabora com Portugal quando necessário, nos casos mais complexos em particular, garantindo que as nossas crianças tenham acesso aos melhores tratamentos disponíveis”
Esta conferência foi organizada pela Sociedade de Hematologia e Oncologia Pediátrica, com o apoio da Associação Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, do IPATIMUP, da Fundação Rui Osório de Castro e da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Fonte: Agência Lusa